Matanyahu Englman, corregedor público de Israel, e a Autoridade de Privacidade prometeram nesta terça-feira (18) investigar a polícia por supostamente utilizar o spyware Pegasus, desenvolvido pela empresa NSO, contra cidadãos e ativistas israelenses.
A rede de notícias The Calcalist, especializada em negócios, reportou que a polícia israelense adotou por anos o aplicativo espião para monitorar sistematicamente seus cidadãos.
Conforme as informações, a polícia espionou indivíduos sem qualquer suspeita de conduta criminosa, ao explorar uma lacuna legal e instituir sua vigilância em absoluto segredo, sem sequer supervisão do judiciário.
Englman afirmou que o uso de tais aparatos de espionagem “incita dúvidas sobre o equilíbrio entre sua utilidade e a violação da privacidade e de outras liberdades dos cidadãos”.
Kobi Shabtai, chefe da polícia, admitiu o uso do infame aplicativo contra cidadãos israelenses, mas insistiu que tudo foi feito conforme supervisão judicial. No entanto, negou espionar ativistas contrários ao governo do ex-premiê Benjamin Netanyahu, entre outros.
“Tais ferramentas não foram utilizadas contra o movimento Bandeira Negra [anti-Netanyahu], prefeitos ou ativistas contrários à parada LGBT”, alegou Shabtai, segundo o jornal Times of Israel. Segundo ele, trata-se “um dos aparatos mais controlados e fiscalizados por todas as entidades legais, tanto dentro quanto fora da polícia”.
Contudo, a televisão local reportou fontes policiais confirmando que uma tecnologia similar, chamada Cellebrite, foi efetivamente adotada contra um ativista anti-Netanyahu.
LEIA: Legisladores dos EUA pedem sanções contra empresas de spyware, incluindo o Grupo NSO de Israel