Na quinta-feira, o Grande Mufti da República da Tunísia, Othman Battikh, apelou a todos os cidadãos tunisinos a doarem a favor do Estado, de forma a contribuir para “acabar com a atual crise econômica” que o país vive.
Por meio de uma declaração do tunisiano Dar Al Iftaa (Conselho de Fatwa), o Grande Mufti da Tunísia pediu que “as pessoas boas e justas, que prestaram assistência durante a crise da pandemia de covid-19, continuassem doando e gastando como um dever moral e religioso, até que o país supere a crise”.
A declaração afirmava que “subsídio da pátria” não pode ser considerado “sacrifício, redenção ou perda”, mas sim “comércio com Allah, cuja recompensa é a estabilidade social, o progresso e a tranquilidade, com o objetivo de recuperar o atraso em relação às nações avançadas”.
O Grande Mufti também pediu aos tunisianos que “não sejam mesquinhos com a amada Tunísia” e “não hesitem em apoiá-la”. Na mesma ocasião, ele também alertou contra aqueles que “desanimam os outros, e fazem isso em cada sociedade”.
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O apelo do Mufti da República surge num momento em que a Tunísia atravessa uma grave crise económica, em que os analistas econômicos acreditam que o Estado poderá não conseguir pagar os salários dos seus funcionários a curto prazo. De fato, o pagamento dos salários de um grupo de funcionários que trabalham em vários setores do governo está atrasado.
Mais cedo, o Tunis Afrique Presse informou que a dívida pública da Tunísia chegará a US$ 39,77 bilhões até o final de 2022, o que representa 82,6% do PIB.
Um documento do governo visto pela Reuters em dezembro de 2021 mostrou que o governo tunisiano planeja aumentar os preços dos combustíveis e da eletricidade e impor novos impostos no próximo ano para reduzir o déficit fiscal.