O escritório regional da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA) na Cisjordânia ocupada condenou nesta quinta-feira (20) as autoridades israelenses por demolir a residência da família Salhiyya, no bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém.
“Forças israelenses invadiram a casa de uma família de refugiados palestinos com enorme violência, às três horas da madrugada, em 19 de janeiro, enquanto dormiam os residentes, incluindo uma senhora idosa e uma criança pequena”, declarou a agência em comunicado.
“Em questão de horas, a casa e os pertences da família foram destruídos, apagando todos os traços de quase 40 anos de história em Sheikh Jarrah”, acrescentou. “Após perder suas terras em 1948, a família Salhiyya é agora deslocada novamente e tem de buscar refúgio”.
Durante a visita ao local, na manhã desta sexta-feira (21), funcionários da UNRWA constataram a absoluta destruição da residência. Mochilas, roupas e retratos de família foram avistados nos escombros, observaram os representantes da agência humanitária.
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O caso da família Salhiyyah não é isolado. Dezenas de famílias palestinas em Sheikh Jarrah — mais de 200 pessoas, incluindo crianças — enfrentam ameaça de despejo pelas mãos de Israel.
Segundo o Escritório das Nações Unidas para Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), em 2020, ao menos 218 lares palestinos em Jerusalém Oriental enfrentavam ameaça de deslocamento forçado devido à ocupação — isto é, 970 pessoas, incluindo 424 crianças.
A UNRWA reivindicou de Tel Aviv que suspenda imediatamente todas as ordens de despejo e demolição na Cisjordânia e Jerusalém Oriental. Conforme a lei internacional, como potência ocupante, Israel tem de garantir aos palestinos proteção e moradia nos territórios ocupados.