Tanto a Rússia quanto a Ucrânia estão abertas à possibilidade de mediação turca em sua disputa e eventual confrontação militar, relataram fontes da diplomacia de Ancara.
As informações são da agência de notícias Reuters.
A Turquia ofereceu mediar o conflito em novembro, após tensões entre as partes deflagrarem uma nova rodada de ameaças russas para invadir o restante do país vizinho. Kiev demonstrou disposição em acatar a proposta, mas Moscou negou a oferta, até então.
Na quarta-feira (19), Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin, afirmou a jornalistas: “Caso nossos parceiros turcos sejam capazes de influenciar Kiev e implementar acordos firmados previamente, isso decerto será bem recebido”.
O presidente turco Recep Tayyip Erdogan deve viajar à Ucrânia no início de fevereiro e expressou esperanças de encontrar-se com seus homólogos russo e ucraniano — respectivamente, Vladimir Putin e Volodymyr Zelenskiy.
Durante coletiva de imprensa na quinta-feira (20), em Ancara, enfatizou Erdogan: “A psicologia de guerra na região nos preocupa, pois temos relações com ambos os lados. Nosso desejo é reunir o sr. Putin e o sr. Zelenskiy o mais breve possível”.
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No dia seguinte, Erdogan reiterou sua oferta: “Queremos que a paz prevaleça na região; para tanto, estamos prontos para fazer a nossa parte”.
Após a invasão e anexação da Crimeia pela Rússia, em 2014, e do conflito na região de Donbass, no leste da Ucrânia, deflagrado por milícias pró-Moscou, muitos analistas passaram a considerar uma invasão aberta ao país como inevitável.
Tais receios escalaram desde 2021, com o envio de tropas da Rússia e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) a ambos os lados da fronteira.
A Turquia não declarou nenhuma aliança militar direta a Kiev ou Moscou e costuma preservar boas relações com ambos os países. No entanto, sua indústria fornece drones armados à Ucrânia e sua diplomacia aconselhou a Rússia contra uma invasão.