Documentos publicados na imprensa árabe sobre as acusações feitas contra o vice-chefe do movimento Ennahda, Noureddine Bhiri, “provam sua inocência”, disse a porta-voz do Conselho Shura do partido, Sana Mersni.
“Esses documentos foram emitidos em nome do Estado tunisiano na época, seja pelo Ministério da Justiça seja do Interior, com a aprovação do Ministério das Relações Exteriores e com permissão direta do falecido presidente Habib Bourguiba”, disse Mersni em um comunicado, em declaração exclusiva para a Arabi21.
Ela acrescentou que os documentos confirmam que não há sentido em sua detenção arbitrária e injusta.
No início de janeiro, as autoridades tunisianas prenderam Bhiri, que anteriormente atuou como ministro da Justiça entre 2011 e 2013. O Ministério do Interior atribuiu o procedimento a motivos que disse estarem “relacionados à proteção da segurança e da ordem pública, de acordo com as disposições de emergência aplicadas no país desde 2015”.
Promotores tunisianos acusam Bhiri de emitir documentos de identidade falsos para um casal sírio enquanto ele era ministro da Justiça, com um dos indivíduos anteriormente vinculados a atos terroristas cometidos fora da Tunísia.
Bhiri foi o primeiro líder sênior do Movimento Ennahda a ser detido pelas forças de segurança desde que o presidente, Kais Saied, dissolveu o parlamento e assumiu os poderes executivos no final de julho, em um passo descrito pelo Ennahda e outros partidos como um “golpe”.
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