A organização internacional Human Rights Watch (HRW) condenou nesta terça-feira (25) uma iniciativa conjunta da União Europeia e Egito para liderar o Fórum Global de Contraterrorismo.
O HRW advertiu que a cooperação “vai além da mera hipocrisia de costume e dos acordos de bastidores”, ao descrevê-la como “afronta pública aos cidadãos egípcios que pagaram um alto preço para assegurar direitos humanos básicos e um futuro democrático a seu país, rotulados pelo estado como terroristas por ousar fazê-lo”.
“Ao invés de vergonhosamente considerar uma parceria com o Egito, ao ignorar seu histórico terrível de direitos, a União Europeia deveria assumir ações concretas para tratar da questão, como já instaram o HRW e outras ongs, além do Parlamento Europeu”, reafirmou a entidade.
Em seguida, exortou o bloco europeu a “reconsiderar a medida”.
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O HRW reiterou ainda que o Egito tornou-se um “buraco negro de direitos humanos” desde a ascensão ao poder do presidente e general Abdel Fattah el-Sisi, em 2013, via golpe de estado.
“Forças de segurança reprimiram severamente a sociedade civil e cometeram abusos hediondos contra ativistas, jornalistas, advogados, manifestantes, políticos de oposição, empresários e familiares de ativistas”, reafirmou a organização humanitária em sua denúncia.
O HRW acrescentou que a campanha militar do governo egípcio na região do norte da Península do Sinai é “repleta de violações sob o pretexto de contraterrorismo, algumas tão graves, sistêmicas e generalizadas que podem equivaler a crimes de guerra e lesa-humanidade”.
“A própria União Europeia consistentemente manifestou receios, embora de maneira tímida, sobre as violações de direitos humanos perpetradas no Egito, em comentários proferidos na Organização das Nações Unidas”, concluiu o HRW.