A emissora estatal iraniana IRIB foi hackeada por dez segundos nesta quinta-feira (27), ao passo que o país prepara-se para comemorar o aniversário da Revolução Islâmica de 1979.
As informações são da agência de notícias Reuters.
“Durante um período de dez segundos, rostos e vozes de hipócritas apareceram em nosso canal”, declarou a emissora, ao utilizar o termo adotado pelos governantes religiosos para referir-se à Organização dos Mujahidin do Povo Iraniano (MKO), radicada no exílio.
A Organização dos Mujahidin do Povo Iraniano (MKO) apresenta-se como alternativa ao regime dos aiatolás e é a principal facção do Conselho Nacional de Resistência do Irã, radicado no exílio.
Durante a invasão, imagens de Maryam e Masoud Rajavi, líderes da entidade oposicionista, apareceram na televisão estatal e uma voz masculina repetiu a frase “Salve Rajavi, morte a Khamenei”, em referência ao Supremo Líder do Irã Ali Khamenei.
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Vídeos viralizaram nas redes sociais.
Ali Dadi, vice-presidente da emissora, confirmou uma investigação sobre o caso.
“Nossos colegas estão investigando o incidente”, declarou Dadi. “Trata-se de um ataque absolutamente complexo e apenas os detentores dessa tecnologia poderiam explorar e danificar os recursos instalados no sistema”.
“Interrupções similares ocorreram no canal Koram e nas rádios Javan e Payam”, acrescentou.
Nos últimos meses, a república islâmica viu-se alvo de uma série de ataques cibernéticos. Em outubro, uma invasão online interrompeu a venda de gasolina subsidiada. Desde então, Teerã emitiu alerta máximo e responsabilizou Israel e Estados Unidos pelos incidentes.
Os países ocidentais, em contrapartida, acusam o Irã de tentar invadir suas redes de internet.
No início de fevereiro, a república islâmica realizará comemorações do 43° aniversário da revolução que destituiu o Xá Mohammad Reza Pahlevi, aliado dos Estados Unidos.