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Pais sírios mantêm vigília noturna para que as crianças não morram de frio

Um pai sírio é visto perto de seu filho dormindo em uma barraca improvisada durante o tempo frio em Idlib, Síria, em 24 de janeiro de 2022 [Muhammed Said/Agência Anadolu]

Enfrentando invernos rigorosos, os pais sírios ficam acordados à noite para garantir que seus filhos não congelem até a morte em Idlib, controlada pela oposição, informou a Agência Anadolu.

Centenas de barracas nos campos de deslocados internos (IDP, na sigla em inglês) em Idlib, ao longo da fronteira entre a Turquia e a Síria, foram destruídas recentemente devido a fortes nevascas e chuvas torrenciais.

As famílias que vivem lá procuram plástico e papelão durante o dia para acender uma fogueira à noite para se aquecer.

Yasir Barri, que foi deslocado de sua cidade natal, Hama, devido aos ataques incessantes do regime de Bashar Al-Assad, disse: “Neste momento não temos um fogão ou qualquer coisa para queimar para aquecer a barraca”.

Morando com uma família de 12 pessoas, incluindo sete crianças, Barri disse: “Nós queimamos sapatos velhos e plásticos que coletamos do lixo para manter as crianças aquecidas”.

Se eu pudesse, daria a eles um pedaço do meu coração para comer. Mas não posso. Não consigo encontrar um emprego. Vivemos de ajuda mensal

ele adicionou.

Huseyin Nasir, outro morador do acampamento, disse que usa um botijão de gás para cozinhar e manter a barraca aquecida para seu filho, que fica enrolado em um cobertor.

“Não posso trabalhar. Minha esposa trabalha no campo por US$ 0,5 por dia. Tudo que eu quero é uma casa e um fogão para manter meu filho aquecido”, disse Nasir, que tem problemas de visão.

LEIA: ONU diz que pelo menos uma criança morreu em tempestade de neve no norte da Síria

A Síria tem sido devastada por uma guerra civil desde o  início de 2011, quando o regime de Assad reprimiu manifestantes pró-democracia.

A zona de desescalada de Idlib foi forjada sob um acordo entre a Turquia e a Rússia. A área tem sido objeto de vários acordos de cessar-fogo, que têm sido frequentemente violados pelo regime de Assad e seus aliados.

A situação da população de Idlib piorou quando o regime de Assad, apoiado pela Rússia e pelo Irã, lançou uma ofensiva na província, causando deslocamentos em larga escala.

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