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Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

Professora palestina é suspensa de universidade no Reino Unido, acusada de ‘antissemitismo’

Protesto contra a definição de antissemitismo da Aliança Internacional de Memória do Holocausto (IHRA) em Londres, 4 de setembro de 2018 [DANIEL LEAL/AFP/Getty Images]

A controversa definição de antissemitismo adotada pela Aliança Internacional de Memória do Holocausto (IHRA), apontada por observadores especialistas como catalisador de uma caça às bruxas contra acadêmicos críticos de Israel, reivindicou mais uma vítima.

A professora palestina Shahd Abusalama foi suspensa da Universidade de Sheffield Hallam devido a uma postagem nas redes sociais. Após ser registrada uma queixa, Abusalama não poderá lecionar até a investigação ser concluída.

A reitoria não especificou quem reportou a reclamação, mas Abusalama — nascida em Gaza — vem denunciando uma campanha de grupos sionistas para desonerá-la.

“Família, amigos e seguidores, estou sob ataque de publicações sionistas que repudiam minha nomeação como professora associada na Universidade de Sheffield Hallam, onde também depositei minha dissertação de doutorado sobre a representação histórica dos refugiados palestinos em documentários de caráter colonial, humanitário e nacional, de 1917 a 1993”, comentou Abusalama no Twitter.

“Esforços de difamação de grupos como Jewish News, Campaign Against Antisemitism e Jewish Chronicle reúnem um padrão histórico no qual a narrativa colonial sionista é consistentemente privilegiada em detrimento da versão dos oprimidos”, acrescentou Abusalama.

“Estou surpresa que minha comunidade acadêmica parece mais interessada em proteger sua reputação do que meu bem estar e minha liberdade de expressão”, reiterou.

A postagem que resultou em sua suspensão mostra a professora defendendo uma caloura que produziu um cartaz com a seguinte mensagem: “Basta do Holocausto palestino”. A mensagem foi então designada como “antissemita”.

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Abusalama defendeu o estudante ao citar cidadãos judeus que reproduziram a mesma analogia, ao afirmar: “Compreendo porque um estudante de primeiro ano usou o termo Holocausto ao referir-se aos reiterados bombardeios israelenses contra Gaza … Talvez ela tenha pensado que conquistaria a solidariedade europeia ao evocar o slogan ‘nunca mais’”.

Segundo o jornal Times of Israel, um porta-voz da universidade confirmou que a instituição adotou a controversa definição da IHRA para determinar a suspensão de Abusalama, ao manter-se “comprometida com uma cultura inclusiva a nossas equipes e estudantes”.

Sete dos onze exemplos citados pelo texto da IHRA relacionam o antissemitismo com críticas legítimas ao Estado de Israel. Um dos exemplos condena “comparações entre políticas israelenses contemporâneas com medidas nazistas”.

Críticos, incluindo um dos redatores originais da definição, advertem para o impacto devastador da definição da IHRA na liberdade de expressão, de modo que critérios de “antissemitismo” sejam utilizado para caluniar estudantes e professores que denunciem a ocupação.

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Em 2021, o professor David Miller foi demitido da Universidade de Bristol após uma campanha hostil de grupos sionistas, que acusaram o acadêmico de 57 anos de “antissemitismo”. Duas investigações independentes absorveram Miller, mas sua exoneração não foi rescindida.

Ativistas alertam que a demissão de Miller foi apenas a primeira, ao destacar que a simples acusação, sem qualquer evidência, bastou para ostracizá-lo, ao mobilizar esforços de associações sionistas para difamar simpatizantes da causa palestina.

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