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‘Poder de compra dos tunisianos cai 38%’, segundo Taboubi

O secretário-geral do Sindicato do Trabalho (UGTT) da Tunísia, Noureddine Taboubi, em Túnis, em 22 de novembro de 2018 [Fethi Belaid/AFP via Getty Images]

O secretário-geral da União Geral dos Trabalhadores da Tunísia (UGTT, na sigla em inglês), Noureddine Taboubi, anunciou na sexta-feira que o poder de compra dos tunisianos caiu 38%, apesar dos números oficiais indicarem uma queda de 25%.

“A situação econômica e social dos trabalhadores está se deteriorando e a taxa de inflação oficial que aponta para cinco e seis por cento não é real, mas supera isso”, explicou Taboubi aos jornalistas durante uma reunião sindical em Gafsa.

Taboubi pediu que as diferenças sejam deixadas de lado e que se mantenha um diálogo nacional antes das eleições.

“A necessidade exige a reunião de todos os partidos políticos à mesa de um diálogo nacional, além de deixar de lado todas as diferenças e abandonar o princípio dos interesses mesquinhos para chegar às eleições”,

continuou Taboubi.

Ele enfatizou: “Temos que superar a diferença de considerar o que aconteceu no último 25 de julho como golpe ou não. Na verdade, o povo tunisiano está pagando a conta dessa diferença, além da deterioração das condições sociais e econômicas”.

“A diferença de ideias garante um bom diálogo, mas o que está acontecendo hoje na Tunísia só vai piorar a situação e aprofundar a crise. Como uma organização trabalhista que se dirige aos interesses nacionais, não ficaremos calados diante dessa situação”, acrescentou Taboubi.

Desde 25 de julho, a Tunísia sofreu uma grave crise política quando o presidente, Kais Saied, impôs “medidas excepcionais”, incluindo a suspensão do parlamento, a emissão de legislação por decretos presidenciais, a demissão do governo e a nomeação de um novo.

A maioria das forças políticas e civis na Tunísia, incluindo o Movimento Ennahda, que tem maioria parlamentar, rejeita essas medidas e as considera um “golpe contra a Constituição”. Outras forças, no entanto, os apoiam e os consideram uma correção do curso da revolução de 2011, que derrubou o governo do ex-presidente Zine El Abidine Ben Ali.

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