O governo Biden deve negar US$ 130 milhões em ajuda militar ao Egito por questões de direitos humanos, segundo três fontes familiarizadas com a decisão, segundo a Reuters.
O secretário de Estado, Anthony Blinken, disse em setembro que a ajuda seria retida se o Egito não abordasse condições específicas relacionadas aos direitos humanos.
Grupos de direitos humanos pediram ao governo que bloqueie todos os US$ 300 milhões do Financiamento Militar Estrangeiro para o governo de Abdel Fattah Al-Sisi. Sisi, que derrubou a Irmandade Muçulmana em 2013, supervisionou uma repressão à dissidência que se agravou nos últimos anos.
Uma fonte disse que os membros do Congresso foram informados sobre a decisão do governo de reter a ajuda, que representa 10 por cento dos US$ 1,3 bilhão que o Egito ainda deve receber dos Estados Unidos este ano. A partir de agora, não há planos para reter o restante dessa ajuda, disse a fonte.
O senador dos EUA, Chris Murphy, democrata e aliado do presidente Joe Biden, saudou a decisão e disse que Sisi não cumpriu as “condições de direitos humanos estreitas e totalmente alcançáveis” do governo.
“Enviamos a importante mensagem no exterior de que apoiaremos nosso compromisso com os direitos humanos com ações e já se foram os dias em que os ditadores recebiam cheques em branco da América”, disse Murphy em comunicado.
O Departamento de Estado não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.
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Questionado sobre a ajuda em uma entrevista coletiva na quinta-feira, o porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price, disse que Blinken ainda não tomou uma decisão.
“Acreditamos que o progresso contínuo quando se trata de direitos humanos apenas fortaleceria nosso relacionamento bilateral com o Egito”, disse Price.
A decisão vem depois que o governo aprovou a potencial venda de radares de defesa aérea e aviões C-130 Super Hercules para o Egito por um valor combinado de mais de US$ 2,5 bilhões.
Price disse, na quinta-feira, que uma venda aprovada era distinta da concessão de ajuda militar e permitiria ao Egito comprar “equipamento de natureza defensiva” para ser usado em operações de manutenção da paz.