Um tribunal da Somália determinou ontem (30) que os milhões de dólares apreendidos de uma aeronave civil em 2018 não serão devolvidos aos Emirados Árabes Unidos (EAU).
Conforme as informações, a Corte Regional de Banadir instruiu o Banco Central a não liberar os US$9.6 milhões descobertos em três malas não-identificadas a bordo de um voo da companhia Royal Jet, que chegou em Mogadishu, capital do país, em abril de 2018.
Todavia, autoridades somalis não confirmaram a jurisdição da corte sobre a promessa do governo de devolver o dinheiro aos Emirados. O veredito coincide com a visita do premiê interino Mohamed Hussein Roble ao país do Golfo.
Tampouco está claro se o dinheiro será utilizado para fins políticos ou militares.
As relações com a Somália são instáveis desde junho de 2017, quando Emirados, Arábia Saudita, Egito e Bahrein impuseram um bloqueio contra o Catar. O estado africano foi então pressionado por ambos os lados a tomar partido.
A Somália, a princípio, apoiou o Catar, mas decidiu alinhar-se oficialmente com Emirados e Arábia Saudita em setembro do último ano, após extenso lobby de Abu Dhabi.
Em dezembro, a Somália contestou um acordo portuário entre Etiópia e o autoproclamado estado da Somalilândia, mediado pelo regime emiradense, ao apontar prejuízos à unidade territorial do país. Riad propôs mediar o diálogo; porém, sem avanços diplomáticos.
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