Os moradores palestinos da Cisjordânia ocupada estão sofrendo com os grandes aumentos de preços e dedução de salários, pois a Autoridade Palestina (AP) pode não conseguir continuar pagando salários integrais por vários meses à frente.
No início de fevereiro, os preços da maioria das commodities alimentares subiram acentuadamente, disse o comerciante palestino Mohammad Asfour, da Cisjordânia ocupada, à Quds Press.
O comerciante destacou que os preços subiram entre 10 e 100 por cento, lembrando que as altas de valores incluíram arroz, açúcar, cereais, café, óleos, leite e bebidas.
Azmi, um funcionário da AP, disse: “Ele começou a se preparar para começar a procurar trabalho adicional ou um novo emprego que o ajude a viver com dignidade”.
Falando à Quds Press, Azmi se perguntou: “Como os moradores da Cisjordânia lidarão com a situação na quase completa ausência de associações de proteção ao consumidor?”.
Ele disse: “Muitos funcionários da AP já deixaram seus locais de trabalho e se voltaram para trabalhar em Israel devido às difíceis condições de vida”, ressaltando que um de seus amigos, que era professor, deixou o cargo.
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O comerciante Asfour disse que a AP não poderia fazer nada com o aumento de preços, porque não é local, mas relacionado aos aumentos de preços internacionais e israelenses.
O especialista em economia Thabet abul Rooce disse à Quds Press que a “total dependência do mercado palestino das importações levou a aumentos extremos de preços”.
Ele também apontou que a “conexão completa entre a economia palestina na Cisjordânia ocupada e Israel, conforme o Protocolo Econômico de Paris, é outra razão importante para os aumentos de preços”.
Abul Rooce enfatizou: “A vítima desses aumentos de preços é o cidadão normal que paga a conta sozinho, não o importador ou o comerciante, ou a AP”.
Ele descartou que a AP pudesse fazer qualquer coisa porque o aumento de preço vem da fonte.