A Espanha concordou em permitir que Marrocos use o Gasoduto Magrebe-Europa para comprar gás natural dos mercados internacionais, depois que a Argélia rescindiu um contrato que permitia ao Marrocos comprar gás argelino que passa pelo gasoduto a taxas preferenciais.
Após mais de dois meses de negociações, o governo espanhol deu ontem luz verde ao projeto.
A proposta apresentada por Rabat consistia em adquirir gás natural liquefeito (GNL) no mercado internacional e posteriormente enviá-lo para Espanha, para regaseificação, e utilizar o Oleoduto Magrebe-Europa para o transportar para Marrocos.
No ano passado, especialistas em energia esperavam que o Marrocos enfrentasse dificuldades em atender às suas necessidades de GNL devido ao seu preço e ao fato de Rabat não ter um terminal flutuante para importar GNL.
Apesar do acordo, as relações entre Rabat e Madri não se estabilizaram desde o início da crise diplomática entre os dois em maio do ano passado, quando Marrocos chamou de volta seu embaixador na Espanha, Karima Benyaich.
Isso ocorreu depois que surgiram notícias de que a Espanha estava abrigando o líder da Frente Polisário, Brahim Ghali.
A decisão de altos funcionários espanhóis de permitir que Ghali fique em um hospital na Espanha irritou o Marrocos. Rabat disse que isso vai contra o espírito de parceria e cooperação entre os dois países.
A crise diplomática entre os dois países se agravou ainda mais em maio, quando pelo menos 6.000 imigrantes chegaram ao enclave espanhol de Ceuta vindos do vizinho Marrocos, irritando Madri.
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