Grupos da oposição síria lançaram uma conferência política em Doha, capital do Catar, neste fim de semana, a fim de coordenar uma nova estratégia perante os esforços de diversos países para normalizar laços com o regime de Bashar al-Assad.
O evento de dois dias — denominado “Síria até onde?” — teve início neste domingo (6), com a participação de think-tanks, entidades da sociedade civil e políticos independentes, convocado por Riad Hijab, ex-premiê de Assad até sua renúncia em 2012, em meio à revolução síria.
A conferência abarca oito sessões para produzir recomendações a todos os grupos da oposição, sobretudo diante da persistente crise política, econômica e humanitária em seu país.
Segundo o comitê organizador, “este evento coincide com incansáveis esforços do regime e seus aliados para reabilitar Bashar al-Assad, o que demanda avaliarmos formas de abordar a situação no país e meios para implementar decisões relevantes das Nações Unidas”.
O comitê reafirmou ainda que a conferência busca resgatar a transição política na Síria.
LEIA: Regime sírio de Assad anuncia processo contra funcionários dos EUA
Após Assad recapturar boa parte do território sírio, nos últimos dois anos, com ajuda de Rússia e Irã, alguns países passaram a descrevê-lo como autoridade legítima nacional. Omã, Emirados Árabes Unidos, Jordânia e Egito recentemente restauraram laços com Damasco,
A oposição síria, por outro lado, é dividida em facções distintas, que foram isoladas em pequenos bolsões no norte do país, sem força militar para resistir às tropas do regime.
Além disso, opositores alertam que a comunidade internacional e a Organização das Nações Unidas abandonaram gradualmente seu compromisso com a democracia na Síria, sobretudo após negociações e promessas constitucionais nos últimos anos.