O Partido Desturiano Livre confirmou nesta sexta-feira (4) ter registrado um processo contra diversos oficiais tunisianos, incluindo a atual premiê Najla Bouden e seu antecessor Hichem Mechichi, por cometer “violações relativas ao financiamento estrangeiro de associações”.
Em comunicado, o partido exortou a Promotoria Pública a “abrir investigações sobre violações identificadas no relatório [publicado em 9 de fevereiro de 2021] pela Corte de Auditoria”.
Segundo a declaração, o processo compreende ainda Chedly Bouallegue, ex-governador de Túnis; Walid Dhahbi, ex-secretário do gabinete de governo; além de Mounir Ksiksi e Rached Bettaieb, que presidiram a Comissão Nacional de Contraterrorismo.
Dentre as entidades acusadas pelo partido de receber os recursos ilegais, estão a União de Estudiosos Islâmicos, o Ramo Global de Assistência Islâmica e a Associação Beneficente do Catar, entre outras.
O partido instou as autoridades a “responsabilizar as agências de estado que falharam em cercear líderes terroristas e permitiram a remessa de grandes somas em favor de grupos e instituições notórias por vínculos com terrorismo e lavagem de dinheiro”.
O governo tunisiano não comentou o processo, até então.
No último ano, a Corte de Auditoria da Tunísia expôs supostas violações existentes sobre o monitoramento de recursos a organizações não-governamentais, principalmente a falta de coordenação entre a chancelaria e o Ministério de Cooperação Internacional.
O relatório indicou que 566 ongs não informaram devidamente sua receita estrangeira.
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