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Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

Nova ‘solução de dois estados’ propõe permanência dos colonos ilegais

Obras de um assentamento israelense na Cisjordânia ocupada, 28 de outubro de 2021 [AHMAD GHARABLI/AFP/Getty Images]

Ex-oficiais israelenses e palestinos redigiram uma nova proposta de “confederação de dois estados”, a fim de supostamente solucionar décadas de conflito na região.

Embora o plano inclua um estado independente palestino na maior parte das terras ocupadas da Cisjordânia, Jerusalém Oriental e Faixa de Gaza, outros aspectos são bastante controversos; por exemplo, ao acatar a permanência de cerca de 500 mil colonos nos vastos assentamentos que seriam anexados a Israel.

Não obstante, todos os assentamentos são designados ilegais sob a lei internacional.

Segundo Yossi Beilin, ex-Ministro da Justiça de Israel, ao remover a evacuação em massa dos colonos da mesa de negociações, o plano pode tornar-se mais aprazível a suas comunidades.

“Acreditamos que, se não houver ameaça de confrontações com os colonos, seria muito mais fácil adotar essa postura, se quisermos de fato uma solução de dois estados”, afirmou Beilin.

A principal personalidade palestina por trás dessa iniciativa é Hiba Husseini, ex-assessora legal da equipe de negociação de 1994, oriunda de uma família influente de Jerusalém. Signatários incluem acadêmicos de ambos os lados e dois generais israelenses aposentados.

Husseini reconheceu que a proposta referente aos colonos é “bastante polêmica”, mas insistiu que os esforços em geral poderiam suprir as aspirações palestinas de obter um estado próprio.

“Não será fácil”, argumentou Husseini. “Porém, para conquistar o direito a um estado próprio e à sua autodeterminação, para o qual trabalhamos, na verdade, desde 1948, teremos de adotar algumas concessões”.

Os novos esforços sucedem o fracassado plano de Donald Trump, ex-presidente dos Estados Unidos, conhecido como “acordo do século”. De fato, a campanha da gestão republicana em Washington afastou ainda mais palestinos e israelenses da “solução de dois estados”.

A Autoridade Palestina (AP) e todas as organizações nacionais rejeitaram categoricamente a proposta de Trump, por seu enviesamento a favor de Israel. A Liga Árabe e a Organização de Cooperação Islâmica (OCI) também rechaçaram o plano.

As chancelarias em Ramallah e Tel Aviv não comentaram a nova iniciativa, até então.

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