O Gabinete Executivo da Associação de Magistrados da Tunísia anunciou nesta terça-feira uma série de arranjos para suspender o trabalho nos tribunais do país, entre hoje e amanhã, 9 e 10 de fevereiro. A greve pretende contrapor-se à “violação da independência da justiça”, devido a novos avanços do presidente conservador, sem partido, Kais Saied.
A associação confirmou que o protesto não incluirá casos de terrorismo ou outros processos de natureza vital. Dessa maneira, exortou todos os profissionais em cortes cíveis, administrativas e financeiras a respeitar as exceções à paralisação.
Um protesto sit-in também foi convocado para ocorrer em frente à sede do Supremo Conselho Judiciário, nesta quinta-feira (10). A instituição de estado foi dissolvida por Saied nesta semana. Os juízes foram solicitados a comparecer com suas vestes e insígnias de trabalho.
“Figuras da sociedade civil e ativistas de direitos humanos são convidados a apoiar o protesto, em defesa da independência do judiciário”, reafirmou a associação de juristas.
O presidente mantém poder quase absoluto desde 25 de julho, quando depôs o premiê Hichem Mechichi, suspendeu o parlamento e passou a governar por decreto. Analistas denunciam suas ações como golpe de estado.
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