O Conselho Central da Palestina (CCP) suspendeu nesta quarta-feira (9) seu reconhecimento de Israel até que a ocupação reconheça um estado palestino, com base nas fronteiras anteriores a 1967, com Jerusalém Oriental como sua capital, reportou a agência Anadolu.
Em comunicado emitido após uma série de encontros realizados na cidade de Ramallah, na Cisjordânia ocupada, o conselho confirmou sua decisão de interditar seu compromisso com todos os acordos firmados com Israel, até segunda ordem.
“O conselho decidiu também suspender todas as formas de cooperação de segurança com o estado israelense”, destacou Azzam al-Ahmad, membro do Comitê Executivo da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), ao ler a declaração oficial.
Conforme al-Ahmad, o CCP designou uma comissão interna para estabelecer os mecanismos necessários para implementar as decisões desta quarta-feira. Analistas argumentam, porém, que repassar a missão ao Comitê Executivo da OLP pode torná-la ineficaz.
O CCP reivindicou dos Estados Unidos que cumpram suas promessas referentes à “solução de dois estados” e interrompam a construção de assentamentos ilegais nos territórios ocupados, assim como os esforços israelenses para despejar famílias palestinas de suas casas.
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Entretanto, os encontros foram boicotados por diversos grupos, pela suposta ausência de um consenso político. O CCP é uma assembleia menor que emana do Conselho Nacional, câmara alta do legislativo, com membros alocados em âmbito doméstico e na diáspora.
O Conselho Nacional Palestino (CNP) abrange membros da OLP, sob hegemonia do partido Fatah. A tradicional organização, por sua vez, exclui facções como Hamas e Jihad Islâmica.
Os grupos palestinos acusam o Fatah de excluí-los da liderança nacional e sabotar iniciativas para superar a divisão interna.