Riyad Mansour, representante permanente do Estado da Palestina na Organização das Nações Unidas (ONU), reafirmou nesta segunda-feira (14) seus apelos por proteção às famílias palestinas ameaçadas de expulsão por Israel, no bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém ocupada. As informações são da agência de notícias Anadolu.
Mansour fez seu apelo em carta ao Secretário-Geral António Guterres, com cópia encaminhada ao Conselho de Segurança e à Assembleia Geral das Nações Unidas.
Mansour destacou a necessidade de “medidas urgentes” para impedir que as famílias sejam “expulsas à força e ilegalmente”. O diplomata reiterou que Israel, como potência ocupante, escalou impunemente abusos sistêmicos de direitos humanos contra os palestinos, apesar das expulsões representarem uma “flagrante violação da lei internacional”.
O embaixador também constatou o aumento no número de prisões políticas conduzidas por soldados israelenses, assim como violações cometidas por colonos extremistas.
Mansour citou o assassinato de três palestinos em Nablus, em 8 de fevereiro, além da morte do menino palestino, Mohammad Abu Salah, em Jenin, nesta segunda-feira. Em referência a Abu Salah, o diplomata observou que tiros deliberados contra civis representam crimes de guerra.
A carta recordou as Nações Unidas de que tropas israelenses feriram 215 palestinas apenas na última quinzena, incluindo 28 crianças. Cinquenta e três casas e instalações foram demolidas ou “confiscadas”, deslocando ao menos 400 homens, mulheres e crianças.
Em conclusão, Mansour ratificou a importância da investigação do Tribunal Penal Internacional (TPI) sobre os crimes de guerra perpetrados por Israel. Segundo o diplomata, o inquérito deve incluir também as violações contra resoluções da ONU concernentes aos territórios ocupados.
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