Nesta segunda-feira (21), o Presidente da Rússia Vladimir Putin reconheceu a independência de dois territórios separatistas no leste da Ucrânia — Donetsk e Lugansk, na região de Donbass. Em seguida, o regime sírio de Bashar al-Assad e o governo houthi no Iêmen anunciaram seu apoio à posição de Moscou.
Segundo a imprensa estatal da Síria, o chanceler Faisal Mekdad comentou sua posição: “Nós cooperamos com as repúblicas de Donetsk e Lugansk há muito tempo e acreditamos que as condições atuais ajudarão a expandir esta colaboração”.
“Há mais de onze anos, a Síria é submetida a uma guerra terrorista sem precedentes e todos sabemos que conquistamos uma importante vitória em campo contra o terrorismo, graças a nossas Forças Armadas e ao apoio de aliados e amigos, sobretudo a Rússia”, insistiu Mekdad.
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— Nina 🐙 Byzantina (@NinaByzantina) February 21, 2022
O chamado Governo de Salvação Nacional do Iêmen (GSN), sediado na capital Sanaa, fez coro ao “reconhecimento russo da independência das repúblicas de Donetsk e Lugansk”, conforme declaração divulgada no Twitter por Muhammad Ali al-Houthi, membro do Supremo Conselho Político, órgão executivo do gestão iemenita.
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Putin assinou um decreto reconhecendo ambas as províncias como repúblicas independentes, ao enviar “tropas de paz” à região. Em discurso televisionado, o presidente descreveu a área – reconhecida como parte da Ucrânia pela comunidade internacional — como “terras antigas da Rússia … administradas por potências estrangeiras”
O idioma mais comum em Donetsk e Lugansk é justamente o russo. O território de Donbass é dividido entre tropas de Kiev e separatistas apoiados pelo Kremlin. Os separatistas tomaram o poder em 2014, para instituir um plebiscito por sua independência.
Outros países como Cuba, Nicarágua e Venezuela devem reconhecer oficialmente ambas as repúblicas em breve.
União Europeia, Estados Unidos e OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) condenaram as ações de Moscou.
Segundo a Casa Branca, o presidente Joe Biden assinará um decreto executivo para impor sanções às províncias separatistas. Após as declarações de independência, o Secretário de Estado, Antony Blinken, prometeu no Twitter uma “resposta firme e imediata” e “medidas adequadas em coordenações com parceiros”.
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