A África do Sul está analisando medidas mais rigorosas contra o estado israelense, para manifestar seu “descontentamento” com a continuidade de políticas racistas contra os palestinos, afirmou o Ministro de Cooperação e Relações Internacionais Naledi Pandor.
Durante encontro com parlamentares, a chanceler confirmou que seu governo emitiu ordens para reduzir o nível de operações conduzidas pela embaixada de Israel.
Em 15 de maio de 2018, a África do Sul retirou seu embaixador de Tel Aviv após uma repressão brutal contra protestos palestinos pelas forças da ocupação, na qual 55 pessoas morreram e ao menos 2.700 manifestantes ficaram feridos.
“Estamos estudando os últimos relatórios de direitos humanos referentes às autoridades da ocupação israelense”, insistiu Pandor. “Esperamos que o Conselho Ministerial assuma ações diretas contra as práticas racistas documentadas nos territórios palestinos”.
“É fato que temos relações diplomáticas com Israel, mas isso não significa que permitiremos sua integração à União Africana”, prosseguiu a ministra, ao reiterar a veemente oposição de seu país à presença israelense no bloco como membro-observador.
LEIA: A África não deve abandonar a Palestina e conceder a Israel o status de observador
Pandor justificou sua postura como oriunda da própria Carta Fundadora e Constituição da União Africana, que repudia qualquer forma de colonialismo, racismo ou discriminação.
Pandor destacou os valores e a resistência histórica de seu país contra políticas de discriminação e colonização, ao insistir na responsabilidade sul-africana de proteger comunidades oprimidas e marginalizadas em todo o mundo.
Segundo a ministra, ao menos 24 estados-membros compartilham dessa oposição.