Nesta terça-feira (22), forças da ocupação israelense demoliram a aldeia árabe de al-Araqeeb, localizada na região do Negev (Naqab), pela 198ª vez desde 2010.
Segundo o periódico local Assabeel, trata-se da segunda vez que a aldeia beduína é demolida desde o início de 2022. No ano anterior, Israel tentou desmantelá-la 14 vezes.
Os residentes da aldeia — não reconhecida pelo governo israelense — voltam a reconstruí-la a cada demolição. Vinte e duas famílias, cerca de 800 pessoas, vivem em habitações precárias de madeira e chapas de ferro, sobrevivendo por meio do pastoreio e da agricultura familiar.
Al-Araqeeb foi demolida pela primeira vez em julho de 2010. Desde então, o ciclo se repete.
Os residentes costumam ser multados pelas demolições de suas próprias casas, que ocorrem até mesmo diversas vezes em um único mês.
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Localizada no deserto do Negev, trata-se de uma das 51 aldeias árabes “não reconhecidas” por Israel, constantemente alvejadas por demolições, a fim de estabelecer na área uma demografia exclusivamente judaica.
Os tratores israelenses destroem tudo, de árvores a caixas-d’água.
Os beduínos do Negev são submetidos às mesmas leis que os cidadãos judeus de Israel; pagam os mesmos impostos, mas não desfrutam dos mesmos direitos e serviços. O estado recusa-se a conectar suas aldeias à rede nacional de infraestrutura, incluindo água e energia.