Nesta quinta-feira (24), 220 acadêmicos de 14 países latino-americanos anunciaram seu boicote às instituições acadêmicas israelenses que são cúmplices da política de “apartheid” contra os palestinos nas terras ocupadas.
De acordo com um comunicado com as assinaturas de 220 professores e conferencistas, emitido pelo Movimento Internacional BDS na Colômbia, os signatários se comprometeram a se recusar a receber qualquer financiamento de instituições israelenses cúmplices do “apartheid” e a se abster de participar de qualquer cooperação acadêmica ou intercâmbio com eles. O comunicado dirigiu um pedido às universidades da América Latina para que suspendam a cooperação com seus parceiros israelenses e com universidades coniventes com “Israel”, até que este respeite “os direitos políticos e humanos do povo palestino, reconhecidos pelas Nações Unidas. ”
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Fabio Bosco, ativista do BDS no Brasil, disse que a adesão de 220 acadêmicos latino-americanos ao boicote “é crucial para expor os crimes cometidos pela entidade sionista ao longo de décadas.” Em declarações à Quds Press, Bosco ressaltou que o papel dos acadêmicos é muito importante na campanha de boicote, pois eles têm maior influência sobre seus alunos no dia a dia e muitos meios para sensibilizar a opinião pública. “Esses grupos são necessários para criar impulso para a libertação da Palestina”, disse.
Ele destacou que as campanhas de solidariedade internacional com o povo palestino “estão aumentando na América Latina e em todo o mundo e se tornaram uma ferramenta nas mãos de milhares de ativistas para ampliar o alcance da solidariedade com a Palestina no exterior”. Bosco acredita que “é preciso conquistar os corações e mentes das pessoas de todo o mundo, para isolar o sionismo e seus patrocinadores internacionais, representados por potências ocidentais e regimes árabes, que estão trabalhando para normalizar as relações com a entidade sionista”.
O movimento BDS pede um boicote a Israel e a retirada de investimentos até o fim da ocupação dos territórios palestinos em 1967. Nos últimos anos, o movimento alcançou muitas conquistas em nível global, o que levou as autoridades de ocupação israelenses a promulgar leis impedindo a entrada de seus ativistas.
Wow! 170 academics from 17 Latin American countries pledge to boycott Israeli academic institutions complicit in Israel's violations of Palestinian rights.
Latin American university professors and researchers, please add your signature!https://t.co/AQkfyg1nlo pic.twitter.com/StZW1mWu4N
— PACBI (@PACBI) December 16, 2020
Card da campanha por assinaturas de adesão ao BDS [Twitter]