Arqueólogos descobriram um local estimado em 7.000 a.C. — isto é, durante a chamada Idade da Pedra — em um remoto deserto da Jordânia, com estruturas que mostram grupos humanos cercando e caçando gazelas, segundo informações da agência Reuters.
O registro deste comportamento antecede bastante teorias estabelecidas até então.
Uma equipe de especialistas franceses e jordanianos encontrou também 250 artefatos no local, incluindo estatuetas de animais, supostamente utilizados em ritos xamânicos de caça.
Os objetos, incluindo duas esculturas de pedra com rostos humanos em alto-relevo, estão entre as mais antigas peças artísticas jamais encontradas no Oriente Médio.
“Trata-se de um lugar único, com uma vasta população de gazelas que foram caçadas em rituais complexos”, afirmou Wael Abu Azizeh, codiretor da equipe arqueológica. “Não há nada igual no mundo neste período da Idade da Pedra”.
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Os especialistas descobriram ainda paredes de pedra com quilômetros de extensão, que eram utilizadas para conter a mobilidade das gazelas e confiná-las a uma área de caça.
Embora as estruturas, conhecidas como “pipas do deserto”, possam ser encontradas em outras paisagens áridas do Oriente Médio e Sudoeste Asiático, acredita-se que o sítio arqueológico na Jordânia seja o maior, mais antigo e melhor preservado.
“As descobertas confirmam o advento de estratégias extremamente sofisticadas de caça massiva, algo inesperado tão antigamente”, declarou em nota o Projeto Arqueológico do Sudeste de Badia (Sebap), que trabalha no local desde 2013.
As habitações circulares em forma de cabana dos assentamentos arcaicos, além de fósseis animais, mostram que os habitantes não caçavam apenas para suprir suas demandas, mas sugere ainda alguma modalidade de comércio com comunidades vizinhas.
O Ministro do Turismo Nayef al-Fayez afirmou à Reuters que trata-se de uma adição espetacular ao tesouro arqueológico da Jordânia, que inclui Petra, uma das maravilhas do mundo moderno, além da cidade romana de Jerash e de castelos datados da Idade Média.