O jovem palestino Ahmed Manasra está sofrendo de doenças psicológicas devido ao isolamento e as duras condições de encarceramento, desde sua detenção em 2015.
Em comunicado compartilhado nesta quarta-feira (23), a família de Manasra destacou que sua condição demanda diagnóstico adequado e tratamento profissional, incluindo medicamentos, além do fim de seu isolamento solitário.
Segundo a família, Manasra foi espancado violentamente após ser detido em 2015, quando tinha somente 13 anos de idade. Devido à brutalidade perpetrada pelos oficiais israelenses, Manasra sofreu traumatismo craniano.
Familiares, advogados e ativistas de direitos humanos tentaram obter detalhes sobre a situação de Manasra. Após inúmeros esforços, um psiquiatra pôde visitá-lo e constatou doenças mentais decorrentes da violência, isolamento e opressão nas cadeias de Israel.
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O psiquiatra reiterou que seu isolamento em uma cela minúscula, sem qualquer contato com outros prisioneiros e sem acesso ao ar livre, é uma das principais razões para sua doença.
A família repudiou as alegações israelenses de que Manasra estaria em isolamento para protegê-lo de prisioneiros mais velhos, de modo que sua única fonte de sofrimento são justamente as ações da ocupação contra ele.
Em 12 de outubro de 2015, Manasra e seu primo de então 15 anos, Hassan Khalid Manasra, esfaquearam dois israelenses perto do assentamento ilegal de Pisgat Zeev, na região de Beit Hanina, nas terras ocupadas de Jerusalém Oriental.
Durante o ataque, Hassan foi baleado e morto por soldados israelenses. Ahmad foi atropelado por um carro, resultando em ferimentos graves. Um vídeo de Ahmad jogado no chão foi ainda compartilhado nas redes sociais. No vídeo, um transeunte israelense diz: “Morra, filho da puta, morra!”. Outro colono incita os policiais a executá-lo a tiros.
Ahmad Manasra foi condenado a 12 anos de prisão. Em 2017, sua pena foi reduzida a dois anos e meio, após juízes confirmarem que o jovem exerceu um papel secundário no ataque.
Um vídeo vazado ao público mostra Manasra sendo agredido por oficiais durante seu interrogatório.