Nesta quarta-feira (23), Benjamin Netanyahu, ex-premiê israelense e atual líder da oposição, condenou como “escandalosa” a nomeação da parlamentar árabe Ghaida Rinawie Zoabi, do partido Meretz, como cônsul-geral na China.
“É inaceitável que quem representa o Estado de Israel em uma das mais importantes potências globais seja alguém que não reconhece Israel como estado judaico e que se opõe a nosso hino nacional”, declarou Netanyahu à agência de notícias Walla.
Em seguida, o ex-primeiro-ministro exortou o governo de seu adversário Naftali Bennett a revogar imediatamente a “indicação vergonhosa”.
Zoabi, de 49 anos, é conhecida como ativista dos direitos árabe-israelenses e serviu como diretora executiva do Centro para Governança Árabe Profissional Injaz. Em 2018, Zoabi foi escolhida pela revista Forbes como uma das 50 mulheres mais influentes de Israel.
Na terça-feira (22), o chanceler Yair Lapid anunciou a indicação de Zoabi como cônsul-geral em Xangai, ao enaltecê-la como primeira mulher árabe a liderar uma missão diplomática de Israel.
Analistas, contudo, observam tratar-se de um artifício político para remover Zoabi do Knesset (parlamento israelense), como resultado de ações contrárias à coalizão de governo. Conforme as análises, ao transferí-la para o exterior, em um escritório fundamentalmente burocrático, a parlamentar seria assim destituída de sua influência na arena israelense.
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