A diretora-geral de Assuntos Consulares do Ministério das Relações Exteriores da Argentina e coordenadora de assistência aos argentinos na Ucrânia, Ana Laura Cachaza, disse nesta sexta-feira (25) que há cerca de cem argentinos no país europeu, dos quais “aproximadamente cinquenta estão interessados em voltar”, e assegurou que eles têm uma comunicação “aberta” e permanente com eles para ajudá-los em seu caminho para as fronteiras com os países vizinhos, segundo a agência pública de notícias da Argentina, Télam.
“Temos 83 argentinos registrados na embaixada nas últimas semanas. Estimamos que há mais vinte que estiveram temporariamente na Ucrânia. Poderia haver mais, mas eles não estabeleceram contato”, disse Cachaza. “Estimamos que metade dos argentinos, aproximadamente cinquenta, estão interessados em voltar. Alguns já o fizeram, eles começaram a viajar por terra porque o espaço aéreo está fechado, o único caminho é por terra”, acrescentou ela.
A coordenadora de assistência aos argentinos na Ucrânia enfatizou que a Argentina é “um dos quatro países latino-americanos” que tem uma embaixada em Kiev e “está funcionando normalmente, com um canal aberto de comunicação com todos os argentinos que estão lá, tanto por e-mail como por telefone”.
“Há uma linha Whatsapp disponível. Estamos resolvendo as preocupações 24 horas por dia”, acrescentou. Ela também observou que “mecanismos de emergência foram estabelecidos para emitir passaportes provisórios para os argentinos que possam precisar deles para deixar a Ucrânia”.
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Cachaza comentou o caso de “um casal que pôde partir na quinta-feira e já está na Polônia”, há também outros argentinos que “estão a caminho e nós estamos em contato ao longo do caminho”.
Em consonância com isto, ela garantiu que eles estão “em contato permanente com a embaixada na Ucrânia, bem como com as embaixadas dos países vizinhos, Polônia, Hungria e Romênia. Eles também estão em contato com os argentinos que estão a caminho da fronteira. Estamos trabalhando de forma coordenada”.
“Outros estão em casa esperando pela oportunidade, há um toque de recolher das 22h às 7h e durante esse horário não podem se mover. Há outros que fizeram suas vidas lá e não tomaram a decisão de deixar o país”, acrescentou ela.
Por outro lado, a embaixadora argentina na Ucrânia, Elena Mikusinski, e o cônsul “estão em Kiev no momento e não estamos analisando a possibilidade de eles partirem”, embora “eles tenham transferido a embaixada para a residência, que é mais segura”, onde “também há argentinos que estão hospedados”, disse Cachaza.
O Ministério das Relações Exteriores atualizou nesta sexta-feira as informações para os argentinos residentes na Ucrânia que querem deixar aquele país devido à guerra com a Rússia, e lembrou que o tráfego aéreo na Ucrânia está suspenso, portanto a única maneira de acessar outros países é por terra.
A embaixada argentina na Ucrânia e a Direção Geral de Assuntos Consulares, juntamente com outras representações argentinas na área, estão atendendo aos compatriotas que necessitam de assistência, disse o Ministério das Relações Exteriores argentino, chefiado por Santiago Cafiero.
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