Afeganistão: 13 milhões de crianças podem precisar de ajuda humanitária

A nova diretora-executiva do Fundo da ONU para a Infância, Unicef, visitou partes do Afeganistão e afirmou que a crise no país está causando “danos irreparáveis” às crianças afegãs.

Catherine Russell afirma que testemunhou dezenas de menores pedindo dinheiro no trânsito da capital Cabul e bebês desnutridos nos hospitais de Kandahar, “sem força para chorar”.

Inflação

Segundo ela, lojas e mercados estão abastecidos, mas quase ninguém consegue comprar os produtos. Russell ouviu famílias que estão à base de pão e água.

Para ela a situação pode se agravar. De acordo com projeções do Unicef para 2022, mais de 1 milhão de crianças precisará de tratamento para desnutrição aguda grave.

A agência avalia que quase 13 milhões de crianças vão precisar de assistência humanitária. Doenças como sarampo e diarreia aquosa aguda continuarão a se espalhar.

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Segundo a entidade, até 97% de todas as famílias afegãs podem estar vivendo abaixo da linha da pobreza em questão de meses.

Ação

A diretora-executiva do Unicef afirmou que estão fazendo o possível para ajudar as crianças afegãs: treinando professores, organizando aulas, vacinando contra doenças infantis evitáveis, melhorando o acesso a serviços de água e saneamento e fornecendo tratamento para desnutrição aguda grave.

Recentemente, a agência divulgou que pagou incentivos em dinheiro para professores e profissionais de saúde e forneceu suprimentos para instalações de saúde pública em todo o país.

Para Catherine Russell, a comunidade internacional e as autoridades de facto precisam encontrar maneiras de cooperar pelo bem das crianças.

Ela fez um apelo às autoridades de facto que traduzam suas promessas sobre os direitos das mulheres e crianças em ações concretas e permitam que todas as meninas frequentem a escola e todas as mulheres voltem ao trabalho.

Pólio

A chefe do Unicef também pediu que os serviços sejam normalizados, inclusive pagando professores, profissionais de saúde e outros funcionários públicos.

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Ela ainda lembrou da importância da garantia de segurança a segurança aos profissionais que estão atuando na campanha contra a pólio, já que oito trabalhadores foram mortos em Kunduz.

Catherine Russell ressaltou a necessidade de uma ação imediata. “Quanto mais esperarmos, pior será para as crianças do Afeganistão”, afirmou.

Publicado originalmente em ONU News

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