O chefe da diplomacia da União Europeia Josep Borrell fez um pronunciamento na tarde desta segunda-feira(28), apresentando o pacote de medidas financeiras progressivas para retirar a Rússia do sistema financeiro mundial, Swift. E pediu à Suiça, país que se mantém neutro desde a Segunda Guerra Mundial, que se junte aos esforços de todos os países da União Europeia contra os oligarcas que apoiam a Rússia.
No final de semana, o presidente suíço, Ignazio Cassis, disse ser “altamente provável” uma decisão de congelar as reservas russos mantidas em seus bancos, A informação é da agência de notícias suíça SDA.
Na madrugada, as sanções da União Europeia ao Banco Central russo entraram em vigor, proibindo os países do bloco de manterem transações com a instituição.
Com isso, segundo ele, cerca de metade das reservas financeiras do Banco Central da Rússia ficará congelada. Os efeitos para a Rússia são graves, uma vez que sua moeda, o rublo, está despencando e o país não pode usar suas reservas em moeda estrangeira para estabilizar o rublo. Ao afetar a vida da população, a medida atinge também a popularidade do presidente Putin.
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As sanções terão efeitos também sobre a Europa e outros países. São, Josep Borrell admitiu, efeitos colaterais, com custos. Mas afirmou que é preciso que a opinião pública tenha clareza de que, se não forem tomadas providências agora, o preço no futuro será maior
Para além das providências financeiras, ele falou das iniciativas no campo militar para barrar a Rússia, dizendo que “é preciso virar uma página na história da Europa do mundo pós guerra-fria” e que o comércio não é o fator mais preponderante.
No domingo, os ministros dos Negócios Estrangeiros de 27 deram aval a um pacote de 450 milhões de euros para financiar o fornecimento de armas letais ao exército ucraniano.
Ele prometeu reação rápida, imediata e estratégica para mostrar que “a Europa está acordada” para enfrentar as ações de Putin. E que é preciso lutar em favor da Ucrânia.
Josep Borrell elogiou a Alemanha por ter decidido aumentar essa “capacidade de defesa”, algo sem precedentes desde a Segunda Guerra. Não temos escolha senão esta: a ampliação da segurança na própria Ucrânia.
Durante uma videoconferência com ministros de defesa, ele apontou que o pacote financeiro visa a aquisição e fornecimento de “armas defensivas, armas de alto calibre, equipamento anti-tanque, tudo o que possa repelir a agressão”.
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“Temos de fornecer munições, armas e equipamento anti-tanque, bem como combustível, para os tanques, para os aviões, e tudo isso tem que ser coordenado”, reforçou.
Não barrar a Rússia, segundo ele, será “a lei da selva. E isso, para nós, europeus, é uma ameaça existencial. Faremos tudo o que pudermos para barrá-la”