O movimento libanês Hezbollah rejeitou uma declaração emitida pelo Ministério das Relações Exteriores do país condenando a invasão da Rússia e as operações militares em curso na Ucrânia.
“O Líbano condena a invasão do território ucraniano e pede à Rússia que interrompa sua operação militar imediatamente e retire suas forças… e retorne ao diálogo e às negociações como um meio melhor de encontrar uma solução”, afirmou o ministério na quinta-feira.
No entanto, durante a sessão de gabinete de sexta-feira, o parlamentar do Hezbollah e ministro do Trabalho, Mustafa Bayram, disse que a condenação das operações da Rússia na Ucrânia viola o princípio de neutralidade defendido pelas autoridades libanesas e potencialmente expõe o Líbano a repercussões perigosas como resultado.
Outro parlamentar e membro do bloco Lealdade e Resistência, ao qual o Hezbollah pertence, Ibrahim Al-Moussawi, foi ao Twitter e criticou o governo que “se distancia e finge ser neutro onde quer, e interfere e condena onde quer”, pedindo ao ministro das Relações Exteriores, Abdallah Bou Habib, que explique qual é a política externa do Líbano.
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Ontem, o parlamentar do Hezbollah Hasan Fadlallah também enfatizou que a declaração do ministério não reflete a posição do povo libanês nem do Estado.
“Por que eles não esperaram para discutir essa questão em uma sessão de gabinete? Nós descobrimos que muitos lados libaneses começaram a repudiar tal posição e que o Conselho de Ministros não sabia nada sobre essa declaração”, Fadlallah falou ao Al-Manar.
“Tais posturas não agradarão aqueles a quem estão tentando apaziguar”, acrescentou.
Em resposta à declaração do ministério, a embaixada da Rússia em Beirute anunciou que estava surpresa com o anúncio.
“A declaração […] nos surpreendeu por violar a política de dissociação e por tomar um lado contra o outro nesses eventos, observando que a Rússia não poupou esforços em contribuir para o avanço e a estabilidade da República Libanesa”, disse um comunicado.
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