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Grupos israelenses pedem que os EUA não sancionem bilionário russo Roman Abramovich

O bilionário russo-israelense Roman Abramovich em Moscou, Rússia, em 19 de dezembro [Mikhail Svetlov/Getty Images]

Várias instituições e indivíduos israelenses proeminentes apelaram aos EUA para não sancionar o bilionário russo-israelense Roman Abramovich.

Em uma carta ao embaixador dos EUA Tom Nides, Yad Vashem – oficial do Holocausto de Israel –, o chefe Ashkenazi do país, o rabino David Lau, e o diretor do Centro Médico Sheba, Yitshak Kreiss, pediram a Washington que não sancione Abramovich, que é um dos principais doadores para causas sionistas.

Abramovich, que assumiu a cidadania israelense em 2018 depois de não estender seu visto para o Reino Unido, doou quase US$ 102 milhões para uma organização de colonos israelenses de extrema direita que desloca famílias palestinas de Jerusalém Oriental ocupada. Sua doação total para causas israelenses, no entanto, é de mais de US$ 500 milhões. O oligarca também comprou pelo menos três propriedades em Israel, uma no valor de 64,5 milhões.

A carta dizia que sancionar Abramovich prejudicaria as instituições israelenses que dependem dele para doações. O presidente do Yad Vashem, Dani Dayan, acrescentou que Abramovich foi o segundo maior doador privado do museu, depois do falecido Sheldon Adelson e sua viúva, Miriam.

Abramovich fez uma doação de vários milhões de dólares ao Museu Memorial do Holocausto Yad Vashem, anunciou o museu no mês passado, chamando-o de “uma nova parceria estratégica de longo prazo”.

“Estamos profundamente gratos a Roman Abramovich por essa generosa contribuição que fortalecerá significativamente a missão do Yad Vashem”, disse Dayan.

LEIA: A crise na Ucrânia expõe a hipocrisia de Israel e seus aliados sionistas

Em uma coluna no jornal Haaretz, a escritora israelense Noa Landau descreveu a carta como “embaraçosa”. Landau também criticou o Yad Vashem por facilitar o que ela chamou de “lavagem da Shoah” ao convidar figuras como o líder de direita da Hungria, Viktor Orban, para visitar o museu como parte do esforço político israelense contra palestinos e iranianos, apesar da acusação de antissemitismo contra Orban.

Abramovich tem andado na corda bamba diplomática desde a invasão russa da Ucrânia. O Ocidente respondeu impondo sanções ao presidente russo, Vladimir Putin, membros de seu círculo íntimo e oligarcas russos próximos a ele.

A decisão das instituições israelenses de ajudar Abramovich também ressalta a corda bamba diplomática do Estado de ocupação. Embora as autoridades israelenses tenham criticado a invasão russa da Ucrânia, elas recusaram vários pedidos de ajuda do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, inclusive para a transferência de equipamentos militares.

O embaixador da Ucrânia em Tel Aviv, Yevgeny Kornichuk, disse estar “desapontado” por Israel não estar aceitando todos os refugiados da guerra em seu país. As práticas racistas do Estado de Israel também se tornaram fonte de raiva e frustração para as autoridades ucranianas. Embora o Estado de ocupação tenha aberto suas portas para os judeus ucranianos, não tem sido tão receptivo aos não judeus que fogem da guerra.

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