Portuguese / English

Middle East Near You

Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

Rússia exige garantia dos EUA de que sanções não afetarão comércio com Irã

Secretário de Estado dos EUA Antony Blinken durante coletiva de imprensa em Bruxelas, Bélgica, 4 de março de 2022 [Thierry Monasse/Agência Anadolu]

A Rússia exigiu garantias por escrito dos Estados Unidos de que as recentes sanções impostas devido à guerra na Ucrânia não afetarão seu comércio com o Irã, em detrimento de um novo acordo nuclear com a república islâmica, a ser assinado em breve.

Após a invasão à Ucrânia, em 24 de fevereiro, Washingtou e outros governos ocidentais — além da União Europeia — impuseram duras sanções contra Vladimir Putin e indivíduos associados, a fim de persuadir o regime russo a interromper suas operações militares.

Analistas estimam que a Rússia deve sofrer um colapso financeiro nas próximas semanas, devido às sanções, ao passo que o rublo se desvaloriza a índices sem precedentes.

Em contrapartida, produtos essenciais, incluindo alimentos, podem deixar as prateleiras dos mercados e padarias no decorrer deste ano, dado que Ucrânia e Rússia equivalem a 30% das exportações de trigo em âmbito global.

No sábado (5), o chanceler russo Sergei Lavrov exigiu da Casa Branca um compromisso por escrito de que as medidas não afetarão o comércio entre Moscou e Teerã.

Segundo a agência de notícias Interfax, Lavrov justificou o pedido para garantir“nosso direito ao livre comércio, em termos de cooperação econômica e militar junto da república islâmica [pois] a avalanche agressiva de sanções do Ocidente demanda maior compreensão”.

LEIA: Chefe da AIEA visitará Irã em possível impulso para acordo nuclear

A insistência do Kremlin em preservar seus laços com Teerã coincide com esforços para restaurar o acordo nuclear iraniano, após meses de negociações entre os signatários do documento original, firmado em 2015 — incluindo a Rússia.

No fim da última semana, partes interessadas confirmaram que as negociações estão quase concluídas, concentradas agora em detalhes finais, como a suspensão das sanções contra o regime iraniano e uma troca de prisioneiros com os Estados Unidos.

As declarações da Rússia, no entanto, parecem prorrogar ainda mais a restauração do acordo, para anexar uma garantia por escrito ao documento. No entanto, as partes ocidentais temem que ceder às reivindicações possa criar uma brecha nas sanções devido à guerra.

Em entrevista à CBS News, o Secretário de Estado dos Estados Unidos Antony Blinken descartou as exigência do Kremlin como “irrelevantes”, ao insistir que as sanções impostas após a invasão na Ucrânia “nada têm a ver com o acordo nuclear”.

Segundo Blinken, ambas as questões “não estão vinculadas de maneira alguma”.

O chanceler americano destacou, porém, o compromisso de Washington em recuperar o acordo nuclear — “independente de nosso relacionamento com a Rússia”. Então asseverou: “Penso que estamos perto de um acordo, mas há ainda algumas questões bastante controversas”.

“Veremos onde vamos chegar nos próximos dias”, acrescentou Blinken. “Mas tudo parece resumir-se às chances de solucionarmos algumas questões. Caso sejamos bem-sucedidos, voltaremos ao acordo. Caso contrário, evidentemente não”.

LEIA: Ucrânia nos lembra para não confiar no Ocidente ou desistir da energia nuclear

Categorias
Ásia & AméricasEstados UnidosEuropa & RússiaIrãNotíciaOriente MédioRússiaUcrânia
Show Comments
Palestina: quatro mil anos de história
Show Comments