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‘Emirados Árabes ajudam Rússia a enfrentar sanções’, afirma jornal francês

O jornal disse que os homens fortes de Moscou, em cujos ombros o regime do presidente Vladimir Putin foi construído, usaram os Emirados para suas atividades de lavagem de dinheiro

O jornal francês Le Monde disse que, embora as sanções ocidentais à Rússia sejam dolorosas, eles não consideraram a grande influência e o apoio do Kremlin no Oriente Médio. Entre os torcedores da agenda autoritária da Rússia estão os Emirados Árabes, cujo centro financeiro em Dubai se tornou um ímã para regimes autoritários e seu dinheiro.

O jornal disse que os homens fortes de Moscou, em cujos ombros o regime do presidente Vladimir Putin foi construído, usaram os Emirados para suas atividades de lavagem de dinheiro. Os fundos soberanos dos Emirados Árabes também investiram bilhões em ativos estratégicos russos nos setores de energia, petroquímica, logística e defesa.

Enquanto o mundo condena as ações da Rússia, destacou o Le Monde, o ministro das Relações Exteriores dos Emirados, Abdullah Bin Zayed, está conversando com Moscou sobre como melhorar a cooperação bilateral. Isso apoia indiretamente a agressão russa destinada a derrubar um governo democraticamente eleito na Europa.

Segundo o relatório, além dos interesses geoestratégicos e econômicos comuns, a Rússia e os Emirados Árabes compartilham um profundo vínculo ideológico em torno do medo da democracia. A fobia da Rússia pelas “Revoluções Coloridas” que derrubaram os regimes autoritários pró-Moscou nos antigos Estados soviéticos é igualada em Abu Dhabi, que se tornou a principal força contrarrevolucionária no Oriente Médio durante as revoluções da Primavera Árabe. As operações de sabotagem da Rússia são semelhantes ao que os Emirados Árabes fizeram no Egito, na Líbia, na Síria e no Iêmen. “Enquanto os parceiros ocidentais dos Emirados estão tentando desesperadamente estabilizar a instável ordem liberal diante da ofensiva russa contra a Ucrânia, Abu Dhabi provavelmente ajudará a prejudicá-la ainda mais”, observou o Le Monde.

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Os Emirados Árabes se tornaram um centro para contornar as sanções ocidentais, alega-se. Apesar do regime de sanções muito rigoroso contra o Irã, as empresas sediadas nos Emirados Árabes estão ganhando dinheiro ajudando o Irã a contrabandear petróleo para o mercado internacional. Depois que os EUA impuseram sanções à Venezuela, empresas sediadas nos Emirados ajudaram o país latino-americano a contrabandear petróleo da mesma forma e, na Síria, os Emirados pressionaram pelo levantamento das sanções dos EUA ao regime de Assad, pois impediam a normalização e a retomada de negócios.

O relatório afirmou que Kirill Dmitriev, que é próximo de Putin no campo de investimentos e finanças, tem relações pessoais muito próximas com Bin Zayed. Isso é evidenciado pelo fato de que o Fundo de Investimento Direto Russo (RDIF, na sigla em inglês), liderado por Dmitriev, investiu ao lado da Mubadala Investment Company em Abu Dhabi.

O Le Monde terminou dizendo que os Emirados Árabes, que fingem ser o principal parceiro ocidental na região, estão cada vez mais colocando seus ovos na cesta oriental, porque o novo autoritarismo representado pela Rússia e pela China parece mais atraente para um país que há muitos anos liderou a revolução antidemocrática no mundo árabe.

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