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Invasão russa da Ucrânia pode custar ao Egito US$ 955 milhões em contas de importação de trigo

Padeiro fazendo pão na cidade de Badr, 65 km a leste da capital egípcia, Cairo, em 16 de janeiro de 2022 [Khaled Desouki/AFP via Getty Images]

A invasão russa da Ucrânia pode custar ao Egito US$ 955 milhões em contas de importação de trigo, já que os preços do trigo atingiram recordes.

O Egito importa cerca de 70 por cento de seu trigo da Rússia e da Ucrânia, e cresce no Cairo o temor de que um conflito prolongado prejudique severamente seu fornecimento.

A Rússia é o maior exportador mundial de trigo, enquanto o Egito é o maior importador mundial de trigo.

O custo do trigo aumentou 37 por cento este ano e o do milho 27 por cento, à medida que o conflito Rússia-Ucrânia exacerba uma alta de dez anos nos preços globais dos alimentos provocada pela pandemia de coronavírus.

Atualmente, 70 por cento da população do Egito reivindica cinco pães subsidiados por dia, mas o governo alertou que, com as cadeias de suprimentos interrompidas, eles podem cortar o acesso aos subsídios para 45 milhões de pessoas.

A redução dos subsídios ao pão tem sido uma grande fonte de frustração do povo egípcio em relação ao governo, provocando protestos generalizados em 2017.

LEIA: Guerra na Ucrânia ameaça fazer do pão um luxo no Oriente Médio

Aproximadamente um terço dos egípcios vivem abaixo da linha da pobreza e vivem com menos de US$ 2 por dia. O desemprego é generalizado e aqueles que têm emprego reclamam que os salários não foram aumentados em linha com a inflação.

Ainda ontem, o ministro do petróleo do Egito, Tarek El-Molla, disse que o aumento dos preços do petróleo por causa da invasão russa já está afetando negativamente o Egito, já que o petróleo e o gás atingiram seu nível mais alto desde 2008.

A Rússia é o terceiro maior produtor mundial de petróleo e combustíveis líquidos, além de um grande exportador de petróleo.

O Egito já aumentou os preços dos combustíveis várias vezes como parte de um programa de austeridade que lançou para receber um empréstimo do FMI.

Após protestos de 2019 pedindo a renúncia do presidente Abdel Fattah Al-Sisi, o governo anunciou que havia reduzido os preços dos combustíveis, mas desde então os aumentou novamente.

Al-Sisi foi ridicularizado por pedir aos egípcios que suportem dificuldades econômicas em troca de prosperidade futura, quando ele e seu círculo de governo vivem em palácios opulentos e foram amplamente acusados ​​de corrupção.

Além do trigo e da gasolina, os egípcios temem que o conflito afete sua indústria de turismo vital, já que russos e ucranianos representam cerca de 40 por cento do total de turistas do Egito.

No início deste mês, já havia um declínio de 50 por cento nos turistas russos e ucranianos nos resorts de férias do Mar Vermelho.

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