O Presidente da Turquia Recep Tayyip Erdogan rechaçou veementemente, nesta quarta-feira (9), esforços equivalentes a uma “caça às bruxas” contra a população russa, incluindo manifestações artísticas, culturais e acadêmicas, segundo informações da agência Anadolu.
“Assim como não devemos abandonar a Ucrânia, não devemos acatar atos análogos a uma caça às bruxas contra o povo russo, sua literatura, seus estudantes e seus artistas”, enfatizou Erdogan ao grupo parlamentar de seu partido Justiça e Desenvolvimento (AK).
Erdogan descreveu como “fascista” a demissão de um maestro da Filarmônica de Munique por apoiar Vladimir Putin. O líder turco afirmou ainda que tais atos prejudicam a “luta legítima” da resistência ucraniana e alimentam um “clima de ódio e ressentimento”.
Erdogan também criticou organizações internacionais por “falharem em agir devidamente sobre as zonas de guerra, em particular, o Conselho de Segurança das Nações Unidas”.
Sobre a crise dos refugiados ucranianos, em meio a relatos de que cidadãos africanos e asiáticos sofrem empecilhos para atravessar a fronteira, Erdogan contrapôs a discriminação com base em fé, raça ou nacionalidade a princípios de humanidade e civilização.
A Turquia abriga mais de quatro milhões de refugiados, a maior parte da Síria assolada pela guerra, maior proporção do mundo. Erdogan insistiu que seu regime jamais os discriminou.
Os Ministros de Relações Exteriores da Rússia, Ucrânia e Turquia devem encontrar-se nesta semana na cidade de Antália, para debater eventuais soluções ao conflito no leste europeu.
Erdogan manifestou esperanças de que o encontro, conduzido às vésperas do Fórum de Diplomacia de Antália, possa “abrir as portas” a um cessar-fogo permanente na Ucrânia.
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