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Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

“Ele foi lá fazer coquetel molotov para que as pessoas se matem”, diz vereador Lamé sobre Do Val

Vereador Lamé Smaili no Encontro Islâmico de 2017 [Biblioteca Arresala]
Vereador Lamé Smaili no Encontro Islâmico de 2017 [Biblioteca Arresala]

O vereador de Guarulhos, Lamé Smeili, fez uma forte crítica ao deputado Arthur do Val, nao só pelas declarações em que disse que as ucranianas “são fáceis, porque são pobres”, mas pelo que foi fazer em sua viagem à Ucrânia durante o período do carnaval. “O que ele foi fazer lá? Foi la fazer coquetel molotov para que as pessoas se matem”, disse o vereador em seu pronunciamento nesta quarta-feira (9).

Na semana comemorativa do 8 de Março, Dia Internacional de Luta das Mulheres, as sete vereadoras de Guarulhos aprovaram Moção de Repúdio encaminhada às presidências da Assembleia Legislativa e do partido do deputado, o Podemos,  e ouviram o testemunho de Lamé, que invocou sua condição de também refugiado, para manifestar sua solidariedade às mulheres que tentam fugir da guerra na Ucrânia.

“ Pouca gente sabe, mas sou fugitivo de uma guerra. Aos nove anos de idade eu tive que fugir. Tenho problema de audição devido às bombas”, contou o vereador que nasceu em Gaza, vale de Bekaa, no Líbano, em 1963, tendo de fugir com a família ainda na infância. Ele chegou ao Brasil em 1976. “Só quem sentiu uma bomba caindo sobre seu teto, sua casa, seu bairro, pra saber o que é”, disse ele

Em seu discurso, Lamé mostrou indignação por Do Val comprometer também sua representação como deputado paulista. “Eu fico imaginando aquela população ucraniana, a maioria mulheres porque os homens ficaram lá para lutar, e aí vai um homem público, eleito com 500 mil votos, para falar aquelas barbaridades…Imagina uma pessoa que foi eleita por fake news, enganou 500 mil pessoas que deram a ele uma cadeira no maior parlamento do Estado de São Paulo e um dos maiores do mundo.”

Dizendo que o comportamento do deputado “é fruto na verdade de mentes deformadas, mentes contaminadas pelo ódio”, e da ideia de que são superiores a outras pessoas, ele comparou o caso ao do então deputado Jair Bolsonaro quando disse que não estuprava a deputada Maria do Rosário porque a achava “feia”.

Para Lamé, Do Val “foi lá para dizer que é superior àquelas pessoas” e que “é fácil pra ele”.  Observando que, hoje, os refugiados da Ucrânia são recebidos “graças a Deus, de braços abertos”, ele também lembrou os refugiados “palestinos e sírios que tiveram que nadar e morrer no mar” quanto tentavam salvar suas vidas.

Lamé Smeili é o nome encurtado do  libanês naturalizado brasileiro Lameh Abdul Rahman Smeili, jornalista radicado na cidade de Guarulhos e hoje no quarto mandato à Câmara Municipal, eleito pela primeira vez em 2008 e reeleito em 2012, 2016 e 2020.

LEIA: Mulheres ocupam as tribunas e as redes contra a misoginia de Arthur do Val

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