O blogueiro Raif Badawi deixou a prisão na Arábia Saudita após dez anos atrás das grades sob alegações de insultar o Islã e crimes cibernéticos, confirmou nesta sexta-feira (11) sua esposa, Ensaf Haidar. As informações são da agência de notícias Reuters.
“Após dez anos de prisão, Raif está livre”, tuitou Haidar, que reside no Canadá junto de seus três filhos, sob asilo político.
Badawi, fundador do website “Free Saudi Liberals”, foi preso em junho de 2012 acusado de cometer crimes digitais e desobedecer a seu pai – delito sob a legislação saudita.
Badawi foi condenado em 2014 a dez anos de prisão, multa de um milhão de riyals (US$260 mil) e mil chibatadas, após a promotoria contestar sua pena de sete anos de prisão e 600 chibatadas como “leniente demais”. Seu suplício público, no ano seguinte, gerou indignação global.
Em 2019, o então vice-presidente estadunidense, Mike Pence, exortou Riad a libertar Badawi.
O atual presidente Joe Biden adotou uma postura mais dura sobre a questão de direitos humanos na Arábia Saudita, que ganhou manchetes após o assassinato do proeminente jornalista saudita Jamal Khashoggi, dentro do consulado da monarquia em Istambul, em outubro de 2018.
Em fevereiro de 2021, um relatório de inteligência publicado por Washington implicou Mohammed bin Salman, príncipe herdeiro e governante de fato da Arábia Saudita, no assassinato. O líder saudita, no entanto, nega qualquer envolvimento.
Samar Badawi, irmã de Badawi, também foi presa em julho de 2018, junto de dezenas de ativistas, acusada de “sabotar os interesses nacionais”. Samar foi libertada no último ano.
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