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Iêmen tornou-se ‘emergência crônica’, afirma enviado da ONU

Pacientes do Hospital al-Jumhuri em Taiz, Iêmen em 06 de fevereiro de 2022 [Abdulnasser Alseddik/Agência Anadolu]

Após mais de sete anos de guerra, o Iêmen está se tornando uma “emergência crônica” “há riscos graves em emergências crônicas, como inércia e fadiga”, disse ontem o subsecretário-geral da ONU para Assuntos Humanitários e Coordenador de Assistência de Emergência, Martin Griffiths.

Falando ao Conselho de Segurança da ONU, ele disse que as agências de ajuda estão buscando, por meio de uma conferência virtual prevista para hoje, quase US$ 4,3 bilhões para ajudar mais de 17 milhões de pessoas em todo o país este ano.

Crianças iemenitas afetadas pela intervenção saudita [Sabaaneh/Monitor do Oriente Médio]

Este evento não é apenas sobre dinheiro, disse Griffiths, embora isso seja extremamente importante. “É também uma oportunidade para a comunidade internacional mostrar que não estamos desistindo do Iêmen, mesmo depois de todos esses anos e com novas crises surgindo”.

De acordo com o alto funcionário, novas avaliações nacionais feitas por parceiros humanitários no Iêmen confirmam que 23,4 milhões de pessoas agora precisam de alguma forma de assistência. Ou seja, três em cada quatro pessoas, número considerado surpreendente e   profundamente preocupante.

“Entre eles, 19 milhões passarão fome, e isso representa um aumento de quase 20% desde o ano passado. E acreditamos, e uso essas palavras com cuidado, que mais de 160.000 dessas pessoas enfrentarão condições semelhantes à fome”, previu.

“No ano passado, as hostilidades mataram ou feriram mais de 2.500 civis e forçaram quase 300.000 pessoas a fugir de suas casas, para chegar a 4,3 milhões de pessoas agora deslocadas no Iêmen desde 2015”.

Griffiths destacou que “dois terços dos principais programas da ONU [no Iêmen] já foram reduzidos ou fechados nos últimos meses por falta de dinheiro, incluindo cortes profundos em serviços essenciais como ajuda alimentar, água, assistência médica e ajuda para pessoas que fogem da violência. em Marib e em outros lugares.

Segundo a ONU, até o final de 2021, a guerra no Iêmen matou 377.000 pessoas e deixou a maior parte da população de 30 milhões dependente de ajuda humanitária.

LEIA: Dois terços das famílias deslocadas no Iêmen não têm renda, diz Unicef

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