Jolie reforçou apelos por socorro ao país árabe, em nota encaminhada nesta quarta-feira (16) a um evento de doadores ao programa humanitário das Nações Unidas para o Iêmen, que possui colaboração dos governos da Suécia e Suíça.
Jolie alegou ter visitado o Iêmen há dez dias a fim de encontrar deslocados internos.
“Visitei um assentamento informal que abriga 130 famílias”, reiterou. “Somente vinte famílias recebem alguma assistência alimentar; e apenas quando há recursos disponíveis. Visitei também uma escola improvisada, com cinco salas pequenas e escuras. As crianças sentam-se no chão, sem refeição ou mesmo a presença de um professor”.
“Portanto, é de partir o coração. É revoltante. Sobretudo porque esta é uma crise feita pelo homem que precisa acabar”, enfatizou Jolie em seu depoimento.
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Nesta quarta-feira (16), a Organização das Nações Unidas (ONU) confirmou que 36 doadores se comprometeram em encaminhar ao menos US$1.3 bilhões ao programa humanitário destinado ao Iêmen, para o ano fiscal de 2022.
O Secretário-Geral da ONU António Guterres solicitou US$4.27 bilhões em doações durante a última conferência sobre o assunto — ou seja, o orçamento real para que o programa alcance 17.3 milhões de pessoas em necessidade urgente.
O Iêmen é assolado por confrontos entre tropas do governo reconhecido internacionalmente, com apoio de uma coalizão saudita, e rebeldes houthis, ligados a Teerã, que capturaram áreas substanciais do país, incluindo a capital Sanaa, em setembro de 2014.
A guerra ceifou 377 mil vidas e custou US$126 bilhões à economia iemenita, até dezembro de 2021, segundo estimativas das Nações Unidas. A maioria da população — cerca de 30 milhões de pessoas — tornou-se dependente de ajuda para sobreviver.
Quatro milhões de pessoas sofreram deslocamento interno.
A situação é descrita como uma das piores crises humanitárias do mundo.