Autoridades marroquinas deportaram nesta quinta-feira (17) vinte refugiados iemenitas que tentavam adentrar em Melilla, enclave espanhol no Norte da África, reportou a Organização para Direitos Humanos do Marrocos.
“Após tentativas de entrar na cidade ocupada de Melilla, autoridades prenderam alguns migrantes e requentes de asilo na área”, confirmou o comunicado.
“As autoridades invadiram apartamentos de alguns refugiados iemenitas na cidade de Nador; com efeito, cerca de 21 cidadãos com documentos de refúgio foram transportados à fronteira marroquino-argelina”, acrescentou.
O processo de deportação ocorreu entre 8 e 11 de março.
Rabat proíbe refugiados ou migrantes de entrar nas cidades de Melilla e Cauta, no norte do Marrocos, dado que permanecem sob administração espanhola e, portanto, é preciso visto.
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Após a denúncia, no entanto, um porta-voz do governo afirmou: “O Marrocos permanece ávido em respeitar suas obrigações internacionais segundo a Convenção de Genebra, via cooperação total com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, a fim de colaborar com a proteção dessas populações”.
Não há números oficiais sobre a presença de refugiados iemenitas no Marrocos.
Em 8 de março, autoridades em Melilla anunciaram que forças de segurança da monarquia norte-africana impediram centenas de migrantes irregulares de adentrar na cidade.
O Marrocos considera Ceuta e Melilla como territórios ocupados pela Espanha. Todavia, dado que ambas as cidades são consideradas o limite entre África e Europa, autoridades instalaram aproximadamente seis quilômetros de cercas de arame farpado na região.