Nesta terça-feira (22), autoridades da ocupação israelense demoliram a aldeia árabe-beduína de al-Araqeeb pela 199ᵃ vez, segundo informações da rede de notícias Arab48.
Trata-se da segunda demolição neste ano. Em 2021, a aldeia foi destruída 14 vezes.
Os residentes, entretanto, insistem em reconstrui-la e recusam-se a deixar a área.
Soldados israelenses, neste entremeio, mantêm seu assédio contra os habitantes palestinos, ao impor restrições severas sobre seu cotidiano, além de invasões e ataques a terras e residências.
Há 22 famílias árabes em al-Araqeeb, cerca de 800 pessoas. Seu principal meio de subsistência é o pastoreio.
A aldeia foi destruída pela primeira vez em 2010. Israel reivindica a área como “terras públicas”. Porém, na década de 1970, os palestinos provaram sua posse sobre ao menos 1.250 dunams de terras — equivalente a 1.25 km².
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Um relatório da ong Zochrot, sediada em Tel Aviv, observou recentemente que al-Araqeeb foi construída durante o período otomano e que as terras foram então compradas pelas famílias.
Autoridades israelenses buscam tomar controle das terras e expulsar seus residentes.
Al-Araqeeb é uma das 51 aldeias palestinas “não-reconhecidas” na região do Negev (Naqab), sob ataques constantes de Israel para expulsar a população nativa e substituí-la por colonos.
Os beduínos são cobrados pelos tratores da ocupação, que destroem caixas-d’água, demolem suas casas e arrancam árvores de suas terras. Os árabes no Negev são submetidos às mesmas leis e tributações que os judeus israelenses; no entanto, não tem acesso aos mesmos serviços.