O Ministério das Relações Exteriores em Cartum negou que o paramilitar russo Wagner Group esteja operando no Sudão. O ministério emitiu sua negação depois que diplomatas da Noruega, da Grã-Bretanha e dos EUA alegaram que o grupo esteja envolvido em “atividades ilegais relacionadas à mineração de ouro” no país.
“As atividades do grupo ameaçam a administração adequada e o respeito ao Estado de Direito, os dois objetivos que o povo sudanês luta para alcançar desde o início da revolução”, acrescentaram os diplomatas.
Em resposta, o Ministério das Relações Exteriores acusou as autoridades ocidentais de “tentar interferir nos assuntos sudaneses e envolver o país no conflito em andamento na Ucrânia de maneira aleatória e arbitrária”. Negou “absolutamente” a presença de pessoal de Wagner e sua “realização de treinamento, mineração e outras missões contra o Estado de direito e a governança”.
Durante o governo do ex-presidente Omar al-Bashir, a Rússia foi o único partido que forneceu armas ao seu governo, apesar de um boicote internacional. Em 2017, o Conselho Europeu de Relações Exteriores revelou que Al-Bashir e o presidente russo, Vladimir Putin, assinaram acordos para minerar ouro e negociaram a construção de uma base naval na costa do Mar Vermelho do Sudão.
O Departamento do Tesouro dos EUA impôs sanções em julho de 2020 a Yevgeny Prigozhin, chefe do Grupo Wagner. Washington o acusou de “explorar os recursos naturais do Sudão para benefício pessoal”.
O oficial número dois do Conselho Militar Governante, Mohamed Hamdan Dagalo, também conhecido como Hemetti, visitou Moscou no mês passado na véspera da invasão russa da Ucrânia.
LEIA: Haftar promete enviar voluntários para apoiar a Rússia, afirma Ministério da Defesa da Ucrânia