Os ataques russos na Síria abriram caminho para como abordar a situação em curso na Ucrânia, destacou o grupo de jornalismo investigativo Bellingcat, sediado na Holanda. Ambas as operações militares possuem diversas similaridades, reafirmou uma pesquisa da organização.
“Tudo o que se passou na Síria, além do que ocorreu na Ucrânia entre 2014 e 2017, lançou os alicerces para o que incide atualmente”, comentou Eliot Higgins, fundador do Bellingcat. “Foi basicamente na Síria que aprendemos todos os processos que adotamos hoje com a Ucrânia. Foi também onde construímos laços com a comunidade de tecnologia, políticos e agentes de responsabilização, entre outros”.
Mnemonic, entidade sem fins lucrativos radicada em Berlim, também exerce esforços para registrar e documentar incidentes da guerra civil na Síria, assim como violações de direitos humanos. O grupo ajudou, por exemplo, a estabelecer o chamado Arquivo da Síria.
Bellingcat has been logging incidents that appear to depict civilian impact or harm since the beginning of the conflict in Ukraine.
We have now visualised this data in a TimeMap feature that allows users to explore what we have found 👇 https://t.co/rUBG22X4SV
— Bellingcat (@bellingcat) March 17, 2022
O banco de dados online sobre o que acontece no país foi fundado em 2014 por Hadi al-Khatib, jornalista e especialista em segurança digital, após constatar que os ativistas careciam de uma ferramenta centralizada para armazenar vídeos e outros materiais coletados na Síria.
“Bastou alguns dias para criarmos o Arquivo da Ucrânia”, afirmou al-Khatib. “Já sabíamos o que fazer e sabemos que há alguns padrões e protocolos que precisamos seguir para preservar este material”.
O Mnemonic treina ativistas ucranianos sobre como trabalhar com o material bruto obtido em campo — uma orientação que demandou anos de prática até ser exercida com eficácia sobre a guerra na Síria.
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