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Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

Dois mil acadêmicos endossam boicote a Israel

Um protesto condenando a Alemanha por chamar o movimento de Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS) de antissemita do lado de fora do escritório de representação da Alemanha na Cisjordânia, 22 de maio de 2019 [AFP/Getty Images]

Milhares de acadêmicos que são membros da Associação de Estudos do Oriente Médio (MESA, na sigla em inglês) votaram para endossar um boicote a Israel. A resolução “endossa o apelo palestino à solidariedade na forma de boicotes, desinvestimentos e sanções”.

Diz-se que a MESA tem mais de 2.800 membros de todo o mundo, incluindo 33 em Israel. A maior concentração está nos EUA. Conta também com uma longa lista de membros institucionais, incluindo departamentos de renomadas universidades, como Brandeis e Columbia.

A resolução pede a extensão de um boicote acadêmico às instituições israelenses. “Essas instituições são cúmplices das violações de direitos humanos e leis internacionais por parte de Israel por meio da prestação de assistência direta aos militares e estabelecimentos de inteligência israelenses”, diz a resolução.

Continua ressaltando que o boicote não terá como alvo estudantes ou acadêmicos individuais e reitera o direito de membros individuais da MESA de escolher se desejam participar de um boicote acadêmico ou não.

“Desde que a sociedade civil palestina pediu pela primeira vez à comunidade internacional que se envolvesse em boicotes, desinvestimentos e sanções a fim de pressionar Israel a encerrar sua ocupação militar e outras violações de direitos, nossos membros se envolveram em discussões ponderadas sobre o que significa participar de atividades acadêmicas, boicotes e outras formas de mostrar solidariedade com colegas acadêmicos cujas vidas e cujos meios de subsistência estão sob ataque”, disse a presidente da MESA, Dina Rizk Khoury.

“A votação de hoje abre caminho para que nossos membros determinem coletivamente como podemos fazer nossa parte para apoiar a liberdade acadêmica e os direitos educacionais de acadêmicos e estudantes palestinos, sem mencionar os acadêmicos israelenses que enfrentam ataques de seu próprio governo por criticar suas políticas”.

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Dos que votaram na resolução, 80 por cento a apoiaram, informou o Times of Israel. Agora, o conselho de administração do grupo tem a tarefa de encontrar maneiras de “dar efeito ao espírito e à intenção desta resolução”.

A votação torna a MESA a mais recente e um dos maiores grupos de acadêmicos a aprovar uma resolução do BDS. Outras organizações acadêmicas que também endossaram parte ou a totalidade da campanha BDS incluem a American Anthropological Association, a Modern Languages ​​Association e a American Studies Association.

O endosso da MESA ao BDS vem como um relatório apresentado ao Conselho de Direitos Humanos da ONU na terça-feira pelo relator especial Michael Lynk, que acusou Israel do crime de apartheid. “Com os olhos da comunidade internacional bem abertos, Israel impôs à Palestina uma realidade do apartheid em um mundo pós-apartheid”, escreveu Lynk.

O rótulo de apartheid também foi aplicado a Israel por B’Tselem, Human Rights Watch e Anistia Internacional.

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