‘Devastação síria encontra poucos paralelos na história recente’, adverte ONU

Martin Griffiths, subsecretário-geral para coordenação humanitária das Nações Unidas, observou na última quinta-feira (24) que a “devastação na Síria encontra poucos paralelos na história recente”.

Ao apresentar seu sumário ao Conselho de Segurança, Griffiths reiterou: “Este mês marca o 11° ano da guerra, da destruição e da crise humanitária imposta sobre o povo sírio. A devastação na Síria encontra poucos paralelos na história recente”.

“Mais de 350 mil pessoas foram mortas e quase 14 milhões de pessoas foram expulsas de suas casas”, prosseguiu. “Serviços básicos foram destruídos. Cinco milhões de crianças nasceram desde o início do conflito, sem conhecer nada senão sofrimento e guerra”.

“Civis continuam a ser mortos e feridos ao longo das linhas de batalha no nordeste e noroeste da Síria”, detalhou Griffiths, ao constatar que 18 milhões de civis foram mortos na região até fevereiro.

Dando exemplo de cenas aterradoras registradas na Síria, destacou Griffiths: “Continuamos preocupados com a degradação da situação de segurança em al-Hol, onde vivem 56 mil pessoas. Incidentes que resultam em mortos e feridos, incluindo crianças, continuam a ocorrer”.

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O oficial da ONU reiterou apelos por proteção aos residentes nos campos de refugiados e seus direitos: “Precisamos manter o caráter civil dos campos. Aproveito esta oportunidade para instar mais outra vez a plena repatriação de um terço dos cidadãos dos campos. Como reportamos no último mês, em torno de 14.6 milhões de pessoas dependem de ajuda humanitária – maior índice desde o início do conflito”.

Conforme Griffiths, “o colapso econômico continua a pressionar as demandas humanitárias a novos recordes”. No entanto, a intervenção russa na Ucrânia, que levou à carestia de alimentos e de insumos energéticos em todo o mundo, deve “impactar negativamente toda a região, incluindo a Síria”.

“Minas e explosivos mataram 805 pessoas na Síria em 2021 e feriram quase três mil pessoas”, declarou. “Cerca de metade da população vive em áreas contaminadas com aparatos explosivos. Novamente, um índice assustador. Atualmente, um terço das famílias recebem menos de duas horas de eletricidade por dia. Os serviços públicos, evidente, são igualmente escassos”.

“Em último caso, mais do que nunca, precisamos agir para mostrar ao povo da Síria que não foram esquecidos, à medida que temem negligência sobre as remessas assistências que suas comunidades, famílias e grupos estatísticos tanto precisam”, concluiu Griffiths.

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