Jovem egípcio cujo abuso sexual levou a um suicídio recebe cinco anos de prisão

Um jovem egípcio foi condenado a cinco anos de prisão em seu país após adulterar e divulgar online imagens de Basant Khaled, adolescente de 17 anos, que se suicidou em dezembro.

A irmã de Basant recordou que o agressor a abordou para um encontro; ao ser rejeitado, criou montagens na qual ela parecia nua com uma amiga. Colegas e mesmo professores assediaram Basant e seu pai não acreditou que as imagens fossem falsas.

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Mais tarde, seu pai reconheceu que “seu rosto foi inserido no corpo de outra pessoa”.

Em sua carta de suicídio, afirmou Basant: “Mãe, espero que você compreenda que não sou essa menina. Essas fotos são falsas, eu juro por Deus! … Mãe, sou apenas uma menina e não mereço o que está acontecendo. Não aguento mais. Estou exausta. Peço piedade, você me criou bem”.

No início do ano, uma hashtag em árabe mostrou solidariedade à vítima, ao pressionar as autoridades a responsabilizar o agressor.

Em janeiro, dois homens foram presos após fugirem de sua aldeia na província do Delta do Nilo, relacionados ao caso; segundo a AFP, outros cinco réus serão julgados em maio.

Na última semana, um adolescente de 16 anos foi condenado a dois anos de prisão por abuso sexual, além de três anos por divulgar imagens e vídeos sem consentimento de Basant. O réu também foi indiciado por “degradar os valores familiares” e “assédio online”.

De acordo com a organização de direitos humanos Belady, chantagens eletrônicas por imagens sexualizadas de mulheres são cada vez mais comuns como forma de explorá-las.

Ainda em janeiro, Heidi Shehata, de 15 anos, cometeu suicídio no norte do Egito, após vizinhos adulterarem uma série de imagens e ameaçarem publicá-las na internet, caso sua família não acatasse a um pagamento.

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