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Operação Hadera: Israel fala em terrorismo enquanto crescem ataques racistas a palestinos

Cena de um atentado que deixou dois policiais mortos na cidade de Hadera, norte do território considerado Israel, em 27 de março de 2022 [GIL COHEN-MAGEN/AFP via Getty Images]

Em meio a um avanço da limpeza étnica e apartheid nos territórios palestinos ocupados em 1948 – que hoje se denomina Israel -, dois policiais das forças sionistas foram mortos ontem (27/3) na cidade de Hadera, ao norte, após um ataque ao seu posto. Outras quatro pessoas ficaram feridas. Os atiradores também foram abatidos. Segundo rumores, eram “cidadãos árabes-israelenses”. Sem qualquer investigação ou confirmação de autoria e em meio a informações desencontradas, Israel se apressou a encontrar culpados e falar em “terrorismo”. Como sempre, deve utilizar esses argumentos para punição coletiva, para seguir com a limpeza étnica e justificar o apartheid.

O ataque deste domingo ocorreu durante visita do secretário de Estado dos Estados Unidos Antony Blinken a Israel, junto dos ministros de política externa dos Emirados Árabes Unidos, Bahrein e Marrocos, para realizar uma cúpula na região do Negev (Naqab). O chanceler israelense Yair Lapid debateu com seus homólogos “os avanços da arquitetura de segurança regional”. Facções palestinas na Faixa de Gaza descreveram o evento como “cúpula da vergonha” e “facada nas costas” contra a população nativa.

Na região do Naqab, os palestinos enfrentam o medo com vários ataques recentes por milícias sionistas, que contudo não ganham destaque na mídia e tem a bênção silenciosa de Israel. Segundo reportagem na Al Jazeera, um caminhoneiro palestino, Salah Al-Din Abu Zayed foi hospitalizado após ser atacado por tais milícias armadas na semana passada e quando apresentou queixa, foi interrogado pela polícia israelense e acusado de causar o “incidente”. Os que o atacaram foram liberados no local, sem qualquer investigação. Também na última semana, conforme a mesma reportagem, “forças secretas israelenses mataram a tiros um palestino de 27 anos e pai de quatro filhos,Sanad al-Hirbed, na cidade de Rahat. A polícia israelense disse que ‘foi atacada’, mas uma autópsia mostrou que ele foi baleado duas vezes pelas costas, indicando que não representava uma ameaça para eles, segundo relatos da mídia israelense e palestina”.

LEIA: A revolta do Negev e a mentira de coexistir com a ocupação

Na terça-feira (22/3), ainda de acordo com a Al Jazeera, outro palestino, “Saeed Abu Qweider, foi hospitalizado em Beer al-Sabe quando israelenses atacaram ele e seu veículo, segundo moradores”.

O ativista local palestino Rafat Awaysha declarou à reportagem: “Sabemos que esta é uma ocupação […], mas você não tem como saber se a pessoa à sua frente é um policial ou se são indivíduos agindo por conta própria. A polícia é racista e mentirosa.” Palestinos no Naqab e áreas ocupadas em 1948 estão formando comitês de autodefesa em cada aldeia e cidade.

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