O Human Rights Watch (HRW) acusou as forças policiais do Egito de “maltratar” requerentes de asilo e refugiados sudaneses entre dezembro de 2021 e o início de janeiro último. Ao menos 30 cidadãos sudaneses foram presos arbitrariamente neste período.
Segundo três refugiados e um membro de uma organização da sociedade civil sediada no Cairo, policiais à paisana detiveram os cidadãos sudaneses ao abordá-los em suas casas e em espaços públicos, entre 27 de dezembro de 5 de janeiro.
“A polícia os obrigou a descarregar caixas de caminhões enormes em depósitos”, relatou o HRW. “Os agentes utilizaram cassetetes para agredir aqueles que supostamente não levavam a sério a tarefa, além de proferirem ofensas raciais contra os refugiados”.
No dia seguinte, todos os cidadãos sudaneses foram libertados em uma intersecção rodoviária a leste da capital. Nenhuma acusação foi registrada contra eles.
“A procuradoria-geral deve investigar as prisões arbitrárias e os maus tratos contra requerentes de asilo e refugiados sudaneses e levar os responsáveis à justiça”, indicou Joe Stork, vice-diretor do HRW para Oriente Médio e Norte da África.
De acordo com o Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, mais de 52 mil cidadãos sudaneses são registrados como requerentes de asilo no Egito. Entre dois e cinco milhões sudaneses vivem no país.
Os refugiados têm direito a saúde e educação, mas ongs e redes de imprensa costumam reportar casos de racismo e discriminação no Egito.
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