O Dia da Terra foi comemorado nesta quarta-feira, em São Paulo, com manifestações de rua e ato cultural na Câmara Municipal de São Paulo. Organizações da Frente em Defesa do Povo Palestino organizaram um ato em frente ao Consultado de Israel na capital paulista. As celebrações tiveram o apoio e participação de instituições árabes e personalidades que apoiam as questões do Oriente Médio e as causas dos povos oprimidos em todo o mundo.
O ato de rua começou com caminhada a partir da estação de trem, seguindo para o consulado israelense, onde os protestos foram realizados naa presença de muitos policiais e segurança no local. Os manifestantes enfatizaram que o povo palestino defende seus direitos de resistência e que lutará até libertar sua terra da ocupação, construindo seu estado independente, com a Palestina livre do rio ao mar. Os discursos enfatizaram a importância de continuar a luta em todas as suas formas para sua libertação e preservação, contra a ocupação israelense.
Mohamad el Kadri, presidente da Associação Islâmica SP, disse que estar no Consulado de Israel no Dia da Terra têve a intenção de demonstrar solidariedade brasileira ao povo palestino e dar um recado ao Estado ocupante de que “resistimos e apoiamos a resistência Palestina contra ocupação.”
A cineasta palestina e estudante de Ciências Políticas e Sociais Rawa Alsagheer disse que lembrou a luta pelo direito de retorno dos palestinos na diápora e pela liberdade dos presos e presas nos cárceres da ocupação. “ Estamos aqui resistindo por uma Palestina livre e democrática.”
Soraya Misleh, jornalista palestino-brasileira e militante da Frente e do BDS, explicou que a data simbólica recorda os protestos ocorridos em 1976 principalmente na região da Galiléia, reprimidos violentamente, com seis mortos e centenas feridos e presos. “A data se tornou um símbolo também para nossa memória e para nossa resistência.” – disse Soraya, lembrando que “ o que acontece hoje na Palestina é uma continuação da Nakba, com limpeza étnica, massacres, bloqueio criminal a Gaza. Somos 13 milhões de Palestinos, metade fora das suas terras impedidos de legítimo direito de retornar. Mas também um dia de levantar nossa bandeira e exigir o fim desse regime de apartheid e dessa colonização e denunciar todos esses crimes contra humanidade”
A jornalista também defendeu “o fim dos acordos militares com o Estado de Israel e de todos acordos que sustentam essa ocupação nas nossas terras”
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“Esse estado racista que já foi caracterizado como estado de apartheid até mesmo pela Anistia Internacional, pela Human Rights Watch e pela organização de direitos humanos israelense “B’tselem” – disse Fábio Bosco, militante da Frente do movimento BDS no Brasil. “A a única forma de existir a paz no Oriente Médio é o desmantelamento do Estado de Israel de forma que o povo palestino possa construir um estado Palestino laico e democrático. O povo palestino tem direito à autodefesa, tem direito lutar tanto pacificamente como de forma armada contra a violência da ocupação de suas próprias terras”
Câmara Municipal de São Paulo
Na noite do dia 30, também em comemoração pelo Dia da Terra, aconteceu uma atividade cultural na Câmara Municipal de São Paulo, com apresentação de músicos palestinos, que entoaram canções folclóricas. A iniciativa foi do mandato do vereador Toninho Vespoli (PSOL) e do Centro Cultural Árabe-Palestino de São Paulo, com a presença de representantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Partido Comunista Brasileiro (PCB), União da Juventude Comunista (UJC), Unidade Popular (UP), Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz (Cebrapaz) e Frente em Defesa do Povo Palestino.
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